NOITE DE REIS

Texto de William Shakespeare | encenação de Peter Kleinert

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

“Se a música é o alimento do amor, continuai a tocar.”

Fala do Conde Orsino, Acto I, cena 1

Escrita provavelmente por volta de 1601, Noite de Reis é uma das comédias de maior sucesso de William Shakespeare (1564-1616), sendo também uma das mais representadas. O maravilhoso jogo shakespeareano, que se desenvolve em torno da ideia de identidade, resulta numa comédia insana e violenta, cheia de graça mas também melancólica. Nesta peça está-se constantemente a brincar com os tipos-sociais e a identidade de género. É uma verdadeira comédia — caótica, utópica, à moda antiga. Assistimos à história de Viola, que chega a uma terra chamada Ilíria na sequência de um naufrágio no qual julgara ter-se afogado o seu irmão, Sebastião. Para evitar os perigos de se apresentar como mulher numa terra estranha, decide disfarçar-se de homem, e passa a ser Cesário, um criado logo contratado pelo Conde Orsino. A sua tarefa consistirá daí em diante em ser portador das apaixonadas mensagens do Conde para a princesa Olívia, que no entanto não lhe retribui os sentimentos amorosos. Só que a princesa Olívia, ao mesmo tempo que recusa o amor do Conde, acaba por apaixonar-se pelo mensageiro, ou seja, por Viola disfarçada de Cesário. Na verdade, Viola/Cesário – que entretanto também se apaixonara pelo seu patrão – acaba por ficar em muito maus lençóis. Aparentemente, nenhuma destas personagens encontra o amor que procurava. Mas esta é apenas uma pequena parte do grande quiproquó que se instala quando finalmente aparece o irmão gémeo de Viola, Sebastião, que afinal não se afogara no naufrágio do início da história. Nesta altura, a confusão instalada escala para uma situação de caos. Noite de Reis é sobretudo uma peça sobre o amor, a esperança e o equívoco – e é bastante musical.

Peter Kleinert, é um conceituado encenador e dramaturgista alemão. Em 1982 dirigiu para a Companhia de Teatro de Almada A excepção e a regra, de Brecht, que co-encenou com Peter Schroth. Seguiram-se várias encenações nas décadas seguintes, quer em co-direcção com Schroth, quer em teatros de Weimar, Berlim Leste, Colónia e Dresden.  Após a reunificação de Alemanha, Kleinert tornou-se professor na renomada Academia de Teatro Ernest Busch, em Berlim, onde dirigiu o departamento de Encenação por mais de duas décadas. Como professor convidado e como encenador, trabalhou em Sidney, Pittsburgh, Glasgow, Lyon e Salzburgo. Desde 2011 que colabora com a Schaubühne de Berlim, onde tem dirigido textos de Brecht, Büchner, Gorki e Peter Weiss, em co-produção com a Academia de Teatro Ernest Busch. Em 2018 regressou a Almada para dirigir A boa alma de Sé-Chuão, também de Bertolt Brecht.


07 a 30 OUTUBRO, 2022 | SALA PRINCIPAL

qui a sáb às 21h00
qua e dom às 16h00

Duração aprox.: 1h50min. | M/16

Tradução António M. Feijó
Cenografia Celine Demars
Figurinos Ana Paula Rocha
Assistente de figurinos, maquilhagem e cabelos Carolina Furtado

Luz Guilherme Frazão
Música Ariel Rodriguez
Interpretação André Pardal, Ariel Rodriguez, Binete Undonque, Diogo Bach, Carolina Dominguez, Erica Rodrigues, Ivo Marçal, João Cabral, João Farraia, Leonor Alecrim, Pedro Walter

apoios União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, Junta de Freguesias de Laranjeiro e Feijó


Conversas com o público Moderação de Cristina Margato

08, 15, 22 e 29 Outubro
sábados às 18h00 – Foyer do TMJB
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