As mulheres na indústria da música
Com a estreia d’A bunda preta da Chuvinha retomamos as Conversas com o Público, dia 9, às 18h, no foyer do TMJB. O jornalista Ricardo Farinha moderará estas Conversas intituladas Do blues ao beat.
Dos blues ao beat
O ponto de partida é o clássico Ma Rainey’s Black Bottom, de August Wilson, onde uma série de camadas — étnicas, sociais, culturais, económicas — entram em jogo para uma reflexão sobre a experiência afro-americana de há 100 anos, que tanta ressonância encontrava na década de 80, quando o texto foi escrito. Em A bunda preta da Chuvinha, esta adaptação à nossa realidade e tempo, os pormenores e os nomes podem ser outros, mas a generalidade das injustiças e das suas raízes não são diferentes. Não são os blues, é a música africana de expressão portuguesa. Não é o legado da escravatura nos EUA, é a nossa herança colonial. Mas tudo aquilo que está subjacente é idêntico: a opressão, a discriminação racial e de género, a apropriação de uma cultura negra pelo grande mercado capitalista. Pensar sobre estas questões no nosso contexto, dando voz a protagonistas com conhecimento de causa, continua a ser uma missão premente e que urge cumprir, para que possamos viver numa sociedade mais justa e consciente.
Ricardo Farinha
Ricardo Farinha é licenciado em jornalismo e redator principal da revista digital Rimas e batidas. Colabora com o Observador, a Mensagem de Lisboa, a Time Out e a publicação Comunidade Cultura e Arte, tendo também já escrito para a Blitz ou para a Bantumen, entre outros meios. É o autor do livro Hip Hop tuga – Quatro décadas de rap em Portugal e um dos curadores da exposição Filhos do meio, patente no Museu de Almada – Casa da Cidade e que retrata a história do hip hop no concelho. Desde 2018 que dá aulas na ETIC sobre História do rap. Entre outros projetos, foi um dos produtores-executivos da compilação Labanta braço (2020) e teve um programa de rádio intitulado Raptilário (2018-2021).
Para aceder ao programa completo deste ciclo de Conversas clique aqui.
No dia 9, a primeira conversa intitula-se: As mulheres na indústria da música
E os primeiros convidados são:
Mariana Duarte Silva é licenciada em Gestão de Empresas e trabalha há 20 anos na indústria da música, promovendo bandas de novos talentos e DJs de música eletrónica. Fundou o Village Underground Lisboa, a academia de música urbana Skoola, e este ano trouxe para Portugal o She Raps, uma incubadora europeia de rappers femininas. Tem viajado pelo Mundo a partilhar as suas experiências.
Margarida Valença escreve para órgãos de comunicação social e sites como o Afrolink, Setenta e Quatro, Rimas e Batidas, Comunidade Cultura e Arte ou Playback. Foca-se em cultura, direitos humanos e política.
Catarina Padre-Santo é Mestre em Comunicação, Cultura e Tecnologias da Informação pelo ISCTE e autora da dissertação da tese sobre A voz das mulheres na indústria da música: estudo de caso Female pressure Portugal. Procura aprofundar diversos tópicos de carácter social com o meio digital, em áreas como o feminismo, cultura e comunidade LGBTQIA+. Interessa-se, também, pela música e a indústria, nomeadamente a representação das mulheres na indústria musical.
in CTA 06 Nov 2024