Vamos falar de paz?

Paz e poesia: que duelo?

A guerra é uma presença, mesmo que não exista. Aprendemos a viver a monotonia do seu silêncio, a banalidade da sua calma, o peso da sua ausência. Digo-o por ser otimista e acreditar que só se sente a paz quando se espreita a sua sorte, atrás do ombro. A proposta de se falar, debater e reconhecer a obra de Bertolt Brecht, Schweik na Segunda Guerra Mundial, recorda a paz como companhia, em sentido oposto à presença constante e velada da guerra. Como se a História humana apenas fosse possível através do constante desejo de conflito. O teatro é lugar privilegiado para esta perspectiva do mundo. Do alto das palavras dos criadores do mundo, da Arte ao Jornalismo, que humanidade existe na busca da Paz?
As conversas que propomos são sinónimos da realidade que nos calha diariamente, mas que nem sempre sentimos como verdadeira. No final, o que nos resta? No livro de Milan Kundera A imortalidade (ed. D. Quixote) lê-se que: “É a imortalidade, o que quer dizer – diz Goethe. A imortalidade é um processo sem fim”.
Teresa Nicolau


Teresa Nicolau

Diretora da Cultura da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Autora da crónica Um quarto que seja seu, no Jornal de Letras. Foi jornalista da RTP e editora de Arte e Cultura na RTP. Foi autora e coordenadora do programa As Horas Extraordinárias na RTP3. Foi autora da crónica As Horas Extraordinárias, na Antena 1. Foi distinguida pela Sociedade Portuguesa de Autores com o Prémio de Jornalismo Cultural. Licenciada em Ciências da Comunicação pela FCSH, da Universidade Nova de Lisboa. Tem o curso de realização de cinema pela New York Film Academy, como Bolseira da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. Tem a pós-graduação em Estética e Filosofia da Arte e a pós-graduação em Estudos Comparatistas, pela Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa. Tem a pós-graduação em Cinema e Televisão, pela FCSH, da Universidade Nova de Lisboa.

 


18 nov
Paz e poesia: que duelo?
Marta Chaves (poeta)
Vasco Gato (poeta)

A partir da luta que interessa no Mundo, a poesia é a matéria para a troca de emoções, qual campo de batalha. Marta Chaves, autora de Avalanche (Assírio & Alvim), e Vasco Gato, autor de Adeus (Abysmo), escolhem a poesia para apresentar, no ringue, as palavras dos outros e de si mesmos. Brecht é o ponto de partida para uma sessão de poesia de dois dos mais interessantes poetas contemporâneos da língua portuguesa. Sem complacência, é para doer.

Marta Chaves nasceu em Coimbra (1978) e vive em Lisboa.
É psicóloga clínica e psicoterapeuta.
Tem 8 livros de poesia publicados, sendo o mais recente Avalanche, publicado em Setembro de 2021, pela Assírio & Alvim.

 

Vasco Gato nasceu em Lisboa, em 1978. Publicou em 2000 o primeiro livro de poesia, intitulado Um Mover de Mão. Em 2016, a Imprensa Nacional-Casa da Moeda lançou a reunião da sua obra poética com o título Contra Mim Falo. Publicou ainda Daqui Ninguém Entra, texto teatral estreado em 2016 no Teatro da Comuna. Em 2020, sairia o seu primeiro romance, Adius. Trabalha desde 2006 como tradutor literário, colaborando com as principais editoras portuguesas. Escolhe e traduz autores estrangeiros não editados em Portugal para o programa Nada Será Como Dante da RTP2.


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