Vamos falar da Europa?

No centro da conversa estarão, em primeiro lugar, as razões que o levaram a optar por um texto de Ödön von Horváth, estreado em Berlim em 1931, para falar de uma inquietação pessoal, relacionada com a actual cavalgada dos partidos de extrema-direita europeus. Ter-se-á generalizado entretanto, esta inquietação, com o resultado das presidenciais norte-americanas? Ou nunca desapareceu completamente, pelo menos para os que não ignoram as deficiências das instituições europeias? E que soluções se perfilam no horizonte para fazer face à crise da democracia e ao triunfo da demagogia e do populismo? Em cima da mesa estarão também as opções que tomou como encenador, para traduzir em palco as tensões entre os militantes do Partido Social-Democrata, os membros do Partido Nazi e os simpatizantes do Partido Comunista na extinta República de Weimar. É o caso do cenário, que tem como pano de fundo a bandeira da União Europeia; dos figurinos contemporâneos e, em particular, dos trajes académicos envergados pelos fascistas; ou ainda da projecção de vídeos muito recentes, com mensagens xenófobas, protagonizados por manifestantes radicais. O elenco não deixará de estar presente, para recordar os dois meses de ensaios e responder a todas as perguntas colocadas pelos espectadores.

in CTA, 3 dez 2016