UMA LONGA JORNADA PARA A NOITE

de Eugene O’Neill | encenação de Rogério de Carvalho

18 MARÇO a 19 ABRIL, 2009 | SALA PRINCIPAL

1 – Sem nos determos no acto consumado da sua elaboração, as personagens deste texto sugerem, nas suas palavras, um longo isolamento na “noite”, bem como o acumular de angústias.
2 – Trata-se da destruição do conceito de família, na medida em que as fi guras vão sendo sucessivamente expostas à expiação e ao castigo: não como as personagens da tragédia (pela intervenção dos deuses — já que estamos num outro contexto ideológico), mas através da evocação de um fi lho falecido (já Tchecov trabalhara o mesmo tema n’O cerejal e Ésquilo na Oresteia).
3 – O caminho percorrido por estas personagens ao longo do texto é tão denso que se torna irrespirável, revelando progressivamente o sentido do drama que elas vivem. O resultado da intenção do autor poderia ter sido um drama naturalista banal e sórdido, que resultaria da sua simples autobiografi a. Mas não é assim, graças à inserção de motivações de um contexto mais profundo da linguagem, que torna O’Neill num dos grandes autores do século XX.
4 – O texto refl ecte uma evolução do sentimento que as quatro personagens desenvolvem ao provocarem o reflexo da piedade das fi guras humanas em tais situações, no quadro de uma sociedade que, tal como hoje, vive problemas sociais e económicos. Talvez a tragédia do destino do Homem?
Rogério de Carvalho

Eugene O’Neill (1888–1953), Prémio Nobel da Literatura em 1936, foi um dos primeiros dramaturgos norte americanos a introduzir na dramaturgia do seu país as técnicas de escrita realistas. Altamente autobiográfi ca e oferecida à sua mulher no 12º aniversário do seu casamento, Uma longa jornada noite adentro só foi publicada em 1956 — no entanto O’Neill havia deixado no seu testamento que só 25 anos após a sua morte o texto deveria ver a luz do dia. O sucesso obtido nos palcos, no ano seguinte, valeu-lhe o Prémio Pulitzer (póstumo), garantindo-lhe um lugar na estante das obras-primas da Literatura mundial.

Intérpretes Elmano Sancho, Laura Barbeiro, Luís Ramos, Marques D’Arede, Teresa Gafeira
Tradução Helena Barbas
Cenário José Manuel Castanheira
Figurinos Marina Sá-Nogueira
Luz José Carlos Nascimento

18 MARÇO a 19 ABRIL, 2009 | SALA PRINCIPAL
produção da COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

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