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de Karine PONTIES | coreografia de Karine PONTIES

6 OUTUBRO, 2010 | SALA PRINCIPAL

Motivações artísticas de Karine Ponties

Penso que qualquer que seja a sua forma, escrevemos a partir do corpo, daí a necessidade de estabelecer relações de trabalhando com indivíduos que contêm uma escritura (no sentido de algo escrito).

(…) Esculturas individuais com base animal que experimentem traduzir linguagens existentes. Para traduzir, reescrever não o “nós” no mundo mas o mundo em nós, como seres vivos entre os outros.

(…) Os corpos aparecem, desaparecem, transformam?se, deformam?se, encontram?se e rendem?se. Jogámos todos os dias entre o minúsculo e o grandioso, entre o medo e o habitual, por vezes mostrando o extremo de lidar com a normalidade e procurando a essência, tendo a intuição como nosso guia.

(…) Para traduzir jogando com as palavras, procurando um ritmo orgânico e tentando ultrapassar as fronteiras do interior do ser. Tudo isto sem definir o significado e deixando em aberto a cada mundo imaginário. Com uma paixão determinada somos invadidos por uma dúvida acentuada, questionando fortemente o facto de estarmos em palco.

(…) Como é que se traduz a revelação única de cada instante, da arte, das pessoas nas quais tropeçamos? Como interpretar isto em palco usando um corpo que só por si já é um palco? Como é que traduzimos esta relação física, esta intimidade física com o mundo, com os outros, com as palavras e com os gestos os quais, por tradução, dão origem a outras ideias?
(Tradução de extracto de Karine Ponties)

 

Karine PontiesKarine Ponties nasceu em França; foi criada em Barcelona até 1985. Após ter estudado nas escolas de dança de Juan Tena e Ramon Soler em Barcelona (1979) e na Mudra (1986), Karine Ponties adquiriu uma ampla experiência como bailarina, integrando numerosas companhias desde 1983. Em 1995, fundou a sua companhia, Dame de Pic.
Interpretou coreografias de Claudio Bernardo e José Besprosvany e trabalhou com uma variedade de companhias: Plan K (Frédéric Flamand), Charleroi / Danses (coreógrafos: Steven Petronio, Adriana Borriello, Lucinda Childs, Merce Cunningham), Tandem (Michèle Noiret), a Companhia Ganase, a Companhia Mossoux?Bonté, the Companhia 1x2x3 (‘On the wave’ com
Aka Moon e ‘Passages’ com Het muziek Lod) e a Companhia Pierre Droulers. A sua carreira como coreógrafa começou com três peças em co?autoria com Mauro Paccagnella: Forbidden fruit (1990), uma peça para sete bailarinos como?produzida pelos festivais de Castiglioncelllo e Grassina (Itália); Inseguimenti (1991), um duo seleccionado para o segmento italiano dos Rencontres Internationales de Bagnolet (co?produzido pelo festival Castiglioncello); e Primi (1992), um duo co?produzido pelo 7º New Dance Tage Festival Freiburg.

Em 1997, Karine foi uma das premiadas da 4ª edição dos Pépinières Européennes for young artists. Em 1997, coreografou e interpretou outro solo, Dame de Pic.

Em 1998, coreografou, no âmbito da residência na Fundação D. C. M., em Bucareste, Santinelle: naftalina, uma peça para quatro bailarinos romenos.

Seguiu?se Negatovas em 1999, uma peça para quatro bailarinos que foi co?produzida pela Bienal de Dança de Charleroi.

Em 2000, criou Glabelle?Duo, Les Taroupes, Keep Smiling e Brucelles, um projecto para seis bailarinos criado para Bruxelas 2000, Capital Europeia da Cultura. Les Taroupes assinalou a sua primeira colaboração com o compositor Jan Kuijken e a companhia de produção Het muziek Lod (Ghent, Bélgica).

Em 2002, Karine criou Brutalis, um solo produzido em colaboração com Jan Kuijken (composição – Het muziek Lod) e Terry Van Hallelt (FRMK – desenhos), que lhe valeu o prémio coreográfico da SACD de 2002 (Sociedade dos Autores e Compositores Dramáticos na Bélgica).

Em 2003, criou Desirabilis, uma coreografia comissariada pela companhia canadiana Montréal Danse. O espectáculo estreou na Agora de la Danse em Fevereiro de 2004. No mesmo ano, criou Le Chant d’Amour du Grand Singe, produzido por Het muziek Lod e Dame de Pic em coprodução com Les Brigittines. A estreia ocorreu na Chapelle des Brigittines em 2005.

Em Maio de 2004, coreografou Mi Non Sabir, um peça para quarto bailarinos checos, uma coprodução entre o Tanec Theatre e a Dame de Pic que foi apresentada em Praga no âmbito do projecto Trans?Dance Europe 03?06.

Em 2006, Karine Ponties comissariou uma peça para La Petite Fabrique em Paris. A directora, Annie Sellem, convidou?a para criar uma peça para o projecto As Fábulas de La Fontaine, que seria sobre Febo e Borée. Nesse mesmo ano, Karine Ponties interpretou Nunakt, uma criação da companhia belga Mossoux Bonté (Sujet à Vif do Festival de Avignon 2006). Também em 2006 estreia Holeulone, uma peça para dois bailarinos e animação com tinta, uma parceria com o artista visual Thierry Van Hasselt. Holeulone foi nomeado Melhor performance de Dança 2007 pelo júri do Prémio da Crítica da Comunidade Francesa na Bélgica.

Em 2007, Karine Ponties criou Boreas, produzido por Lod, em colaboração com Dominique Pauwels e Lawrence Malstaf (peça para quatro intérpretes, Gand). Colaborou pela primeira vez com o ilustrador Stefano Ricci para o projecto Triptyque Vertical, um projecto composto por três partes (Des Taureaux dans la tête, Fidèle à l’éclair e Fragment vertical), a última das quais estreou em 2009.

ANDRÉ BRAGA
Depois de frequentar a licenciatura em Desporto e Educação Física da Universidade do Porto e a École Nationale du Cirque Annie Fratellini em Paris, dedica?se a uma pesquisa e formação pessoal em Dança, Teatro e Artes Plásticas, participando em múltiplos estágios. Entre os criadores com que se cruzou refere os que mais influenciaram o seu trabalho: Madalena Victorino, Josef Nadj, Thierry Bae, Cecile Loyer, Sabine Seume, Bruno Dizien, Iñaki Azpillaga.
Cria em 1999 a Circolando, estrutura de criação transdisciplinar, onde assume em parceria com Cláudia Figueiredo a Direcção Artística. Dirige e co?realiza plasticamente todos os espectáculos da Circolando e, com excepção de Casa?Abrigo, participa em todos também como intérprete.
Para além de Portugal o seu trabalho foi já apresentado em Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Itália, Reino Unido, Áustria, Eslovénia, Polónia, Coreia do Sul e Brasil. Ao nível pedagógico, orienta regularmente ateliers de movimento e criação transdisciplinar, em Portugal e no estrangeiro.

RICARDO MACHADO
Começou a dançar em 2001, fez diversos workshops de técnica contemporânea, clássica, floorwork, contacto e improvisação, feldenkrais, entre outros. Trabalhou com diversos coreógrafos/companhias e directores, tais como Aldara Bizarro, Né Barros, Carlos Silva, Moncho Rodrigues, Victor Hugo Pontes, Rui Lopes Graça, Kurt Demey.
Em 2009 criou a performance ZAAR em parceria com a coreógrafa Marielle Morales para o Festival Balsa?Marni (Bruxelas?2009). Também, em 2009, criou juntamente com Chris de Feyter a “DOGWOLF” (BE/PT). Nesta Companhia criaram a performance “Entre Nous”.
Desde 2006 que trabalha frequentemente com Joana Antunes como performer, co?criador e assistente de direcção artística, nomeadamente nas performances “Timemachine” (2006), “Tentativa X.S. e as luvas” (2008), “Fio Condutor” (2008), “Human Box” (2009).
Esteve durante o ano de 2010 a trabalhar com a Companhia Olga Roriz na criação “A Sagração da Primavera”.

JOÃO VLADIMIRO
Nasceu no Porto em 1981. Licenciado em Design Gráfico na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto em 2005. Integra, desde 2000, a Companhia Circolando, onde desempenha as actividades de actor / criador e designer nos espectáculos Caixa Insólita, Giroflé, Charanga e Cavaterra. Além de duas exposições colectivas na área da instalação / fotografia, desenvolveu também três trabalhos em Macau, onde cruzou as artes plásticas com o documentário.

Ficha Artística
Coreografia | Karine Ponties
Composição sonora original | David Monceau
Intérpretes | André Braga, João Vladimiro, Ricardo Machado
Direcção Técnica e desenho de luz | Ricardo Alves

Co?produção | Companhia Instável e Dame de Pic
Apoio à criação | Circolando
Apoio à residência | Casa das Virtudes e Câmara Municipal do Porto
Projecto financiado pelo MC/ DGArtes

Companhia Instável
Direcção | Ana Figueira
Direcção Técnica | Ricardo Alves
Consultores Artísticos | Marta Silva e Cecília Folgado
Produção Executiva | Hugo Veludo

OUTUBRO, 2010 | SALA PRINCIPAL | M/12

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