TROILO E CRÉSSIDA

de William Shakespeare | encenação de Joaquim Benite e José Martins

29 ABRIL a 16 MAIO, 2010 | SALA PRINCIPAL

Inédita em Portugal, a peça Troilo e Créssida, de William Shakespeare, estreia-se este ano no TMA, numa nova produção do Teatro Municipal de Almada, dirigida por Joaquim Benite e José Martins. Escrita entre 1602 e 1603 – contemporânea de Hamlet, portanto –, a peça foi desprezada até finais do século XIX, sendo-lhe apontados desequilíbrios vários (seria uma comédia ou uma tragédia?) e, até, um recorte escandaloso.
A história do amor arrebatado entre o herói Troilo – o mais jovem dos filhos de Príamo, rei da cidade de Tróia – e a grega Créssida, que tem lugar numa Tróia já sitiada pelos gregos – é apenas uma das linhas que tece esta trama dramática, mais interessada em demonstrar a pusilanimidade do grego Aquiles, cuja recusa em combater custa a Nestor e a Ulisses persuasivos apelos a uma mudança de atitude.
A infidelidade de Créssida – personagem medieval que aqui se intromete –, o apagamento de Troilo e a morte de Heitor às mãos de Aquiles sinalizam a decadência de um mundo heróico, que tocou particularmente os encenadores contemporâneos, desiludidos com um Mundo de guerras e enganos sucessivos.

TROILO E CRÉSSIDAEstando a rainha moribunda (Isabel I de Inglaterra morreria em 1603), William Shakespeare escreve Troilo e Créssida, peça em que – segundo Peter Ackroyd, autor de Shakespeare/A biografia – «todas as certezas e crenças da vida de corte são tratadas como material para riso e humor negro.
Shakespeare aposta [aqui] em subverter deliberadamente a lenda de Tróia. É uma peça em que as crenças ortodoxas na coragem troiana e na bravura grega são invertidas, revelando uma realidade dura, brutal e hipócrita subjacente às acções de ambos os lados. Os únicos valores são os que o tempo e a moda vendem: vender é aqui a palavra justa, uma vez que todos os valores são mercadorias para comprar e vender no mercado.
Troilo e Créssida é uma comédia selvagem e satírica sobre os temas do amor e da guerra, que trata ambos como falsos e volúveis. […] As palavras de Shakespeare são magnéticas. Todas as partículas de uma cultura de corte decadente, um mundo decadente de heroísmo e nobreza individuais atravessaram o seu ser».

Tradução António CONDE
Cenário e figurinos Christian RÄTZ
Desenho de Luz José Carlos NASCIMENTO
Intérpretes Alberto QUARESMA, André ALBUQUERQUE, André GOMES, André LAIRES, André SILVA, Carlos PEREIRA, Carlos SANTOS, Celestino SILVA, Ivo ALEXANDRE, Jaime SOARES, João ABEL, Luís VICENTE, Luzia PARAMÉS, Manuel MENDONÇA, Maria FRADE, Mário SPENCER, Marques D’AREDE, Miguel MARTINS, Mónica DUARTE, Tânia SILVA 

29 ABRIL a 16 MAIO, 2010 | SALA PRINCIPAL

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