SCHWEIK NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Texto de Bertolt Brecht | Música de Hanns Eisler | Encenação de Nuno Carinhas | Direcção musical de Jeff Cohen

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

Brecht escreveu Schweik na Segunda Guerra Mundial em 1943, quando estava exilado nos Estados Unidos. O dramaturgo não inventou de raiz o seu protagonista: inspirou-se na obra-prima satírica do romancista checo Jaroslav Hasek, O bom soldado Schweik, cujo herói se tornou num símbolo do absurdo da guerra. No romance de Hasek, publicado entre 1921 e 1923, Schweik caracteriza-se tanto pela sua ingenuidade, no sentido que Voltaire lhe deu, como pelo seu optimismo, humor e zombaria. Brecht interessou-se desde cedo por esta figura altamente subversiva. Em 1927, Max Brod e Hans Reimann adaptaram o romance e apresentaram-no como peça de teatro em Janeiro de 1928, em Berlim. Nos anos 1932-37, Brecht e Piscator conceberam vários projectos cinematográficos para Schweik, os quais nunca foram concretizados, acabando o autor de Mãe Coragem por escrever a peça sozinho, sendo representada pela primeira vez em Janeiro de 1957, em Varsóvia, em língua polaca.

Nuno Carinhas, pintor, cenógrafo, figurinista e encenador, dirigiu o Teatro Nacional São João entre 2009 e 2018. Antigo aluno de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, as suas criações teatrais são marcadas por uma relação plástica com o texto. Encenou obras de Calderón de la Barca, Corneille, Tchekov, Beckett, Gil Vicente, Sófocles, Heiner Müller, Lorca, Brian Friel, Jean Cocteau, Henri Michaux, Pirandello, entre muitos outros. Para a CTA dirigiu em 2020 Viagem de Inverno, de Elfriede Jelinek, e em 2022 O misantropo, de Molière/Martin Crimp.

Jeff Cohen, pianista e compositor, acompanhou em recitais algumas das mais célebres intérpretes da actualidade, como Angela Gheorgiu, Cecilia Bartoli, Jane Birkin e Ute Lemper. Em 2008, com Teresa Gafeira e Luís Madureira, concebeu o recital Canções de Brecht para a Companhia de Teatro de Almada.

As pessoas não têm sentido de organização!
Por exemplo: agora há um plano de
racionamento para tudo, até para um raminho
de salsa. E isto é que é organização! Pelo que
eu tenho ouvido dizer, com o Hitler há uma
destas organizações como nunca houve. Na
Itália, quando o Mussolini tomou o poder, os
comboios começaram logo a chegar à tabela.
E assim já foi possível organizar logo sete ou
oito atentados contra ele.

Excerto de Schweik na Segunda Guerra Mundial, tradução de Augusto Baptista


20 OUTUBRO a 19 NOVEMBRO, 2023 | SALA PRINCIPAL

qui a sáb às 21h00
qua e dom às 16h00

Duração aprox.: cerca de 120 min. | M/12

Tradução António Sousa Ribeiro
Cenografia e figurinos Nuno Carinhas
Luz Guilherme Frazão
Cabelos Fátima Sousa
Vídeo de cena
 Cristina Antunes
Voz e elocução Luís Madureira
Interpretação André Pardal, Carolina Dominguez, Cláudio da Silva, David Pereira Bastos, Diogo Bach, Duarte Grilo, Isac Graça, Ivo Alexandre, Luís Madureira, Maria Frade, Teresa Gafeira
Acordeão Inês Vaz, Pedro Santos

Trombone Hugo Pedrosa, João Gomes
Percussão Rodrigo Azevedo, Tomás Moital
Clarinete Miguel Costa, Henrique Borges
Piano Francisco Sassetti, Jeff Cohen


Conversas com o público

21 e 28 Outubro | 04, 11 e 18 Novembro – sábados às 18h00
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