RINOCERONTE

Texto de Eugène Ionesco | Encenação de Ricardo Aibéo

SUL – ASSOCIAÇÃO CULTURAL E ARTÍSTICA

Um rinoceronte atravessa a toda velocidade uma rua de uma cidade pacata. Traz consigo a “rinocerite”, uma doença que contagia progressivamente os habitantes do burgo, tornando-os conformistas e uniformizando-lhes o pensamento, até os converter em rinocerontes. Em 1960, o próprio dramaturgo relatou como se deu o ponto de partida para a escrita de O rinoceronte. Conta Ionesco que o escritor Denis de Rougemont se encontrava em Nuremberga quando ocorreu uma impressionante manifestação nazi em homenagem a Adolf Hitler. Uma multidão imensa esperava pelo führer, que tardava em chegar. Quando a comitiva de Hitler surgiu, houve uma histeria contagiosa tal que até o próprio Rougemont se sentiu atingido, fazendo-o pensar: “Que espécie de demónio me possuiu de tal forma, ao ponto de ficar quase seduzido pela ideia de me entregar, como os outros, ao delírio insano?”.

Eugène Ionesco (1909-1994) nasceu na Roménia mas passou a maior parte da infância em França. No princípio da adolescência voltou à Roménia, onde mais tarde se formou como professor de francês. Regressou a França em 1938 para concluir a sua tese de doutoramento, acabando por ser apanhado pela guerra. Como dramaturgo fez a sua estreia em 1950 com a peça A cantora careca, trabalho que se tornou um exemplo clássico do teatro do absurdo – movimento literário que seguiu.

Ricardo Aibéo (n. 1973) estreou-se como actor em 1996 – o ano em que começou a colaborar com o Teatro da Cornucópia, onde mais tarde viria, já como encenador, a assinar a direcção de vários espectáculos. Participou na edição de 2019 do Festival de Almada com a encenação de A boda, de Bertolt Brecht.


04 e 05 MARÇO, 2023 | SALA EXPERIMENTAL

sáb às 21h00
dom às 16h00

Duração aprox.: 105m | M/12

Tradução Luís Lima Barreto
Luz e som Rui Seabra
Interpretação David Almeida, Dinis Gomes, Duarte Guimarães, Graciano Dias, Ricardo Aibéo, Rita Durão, Sofia Marques

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