Regresso a Almada

As propostas do Festival de Teatro de Almada

C.P. in Expresso, 21 jun 2003

O Festival de Teatro de Almada (FTA) regressa, entre os dias 4 e 18 de Julho, e apresentará 52 representações de 28 produções nacionais e estrangeiras, de entre as quais quatro são estreias absolutas – Rachel, do francês Yan Allegret; S. Nicolau, de Connor Mcpherson, pelo Teatro dos Aloés; Selvagens, de Christopher Hampton, encenado por Graça Corrêa e Cachorrosde Negro Mirar, de Paloma Pedrero, pelo grupo Útero.

Fundamentalmente, o festival mantém a variedade de propostas artísticas cujo núcleo é o teatro, mas onde a dança ou o canto/música podem claramente assumir a primazia. Assim, é o coreógrafo Paulo Ribeiro que, no dia 4, inaugura no tradicional Palco Grande a programação com a sua última criação Silicone Não. Com um conjunto de espectáculos equilibrados entre as propostas estrangeiras (14) e nacionais (11), o FTA tem como objecto de homenagem do ano 2003 o actor Raul Solnado; estreia um conjunto de ciclos de programação dedicados aos países de expressão lusófona com teatro, música e literatura angolanos, privilegia na programação portuguesa, além da Companhia Paulo Ribeiro, um grupo de companhias que actuam essencialmente fora dos centros de Lisboa e Porto como a Companhia de Teatro de Braga, o Teatro do Noroeste, o Teatro da Rainha, O Bando, além dos Artistas Unidos, a Comuna e a dupla Luís Madureira e Jeff Cohen. Os já tradicionais Encontros da Cerca integram colóquios e uma mesa-redonda subordinada ao tema «A Criação Teatral Face à Desordem Contemporânea» complementadas com exposições e lançamentos de livros rematam o núcleo do programa.

Do estrangeiro chegam-nos duas produções do Teatro Stabile del Veneto – Carlo Goldoni com encenação de Benno Besson – O Amor das Três Laranjas, de Carlo Gozzi/Edoardo Sanguinetti e o Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht. Em língua francesa virão, do Théâtre National de Toulouse, Combat de Nègre et Chiens, de Bernard-Marie Koltès, numa encenação do seu director Jacques Nichet, e, do Théâtre de la Ville, Six Personnages en Quête d’Auteur, de Luigi Pirandello, encenada por Emmanuel Demarcy-Mota; também em francês, mas do Canadá, veremos Les Aveugles – Uma Fantasmagoria Alegórica pelo Ubu – Compagnie de Création, dirigida por Dennis Marleau; e os belgas Stan, felizmente já nossos conhecidos, apresentarão a sua encenação colectiva de Tout Est Calme, de Thomas Bernhard. De Itália chega a Companhia Scimone Sframeli com La Festa, do autor siciliano que os Artistas Unidos estrearam em Portugal, Spiro Scimone: um espectáculo que é interpretado pelo próprio e por Francesco Sframeli. Em português, mas vindo do Brasil, teremos a Caravana Produções com o espectáculo Tangos e Tragédias, entre o musical e o clownesco. O autor espanhol contemporâneo António Onett verá representada La Calle del Infierno e os Artistas Unidos farão sessões de leitura de outros textos seus. O actor catalão Manuel Barceló interpretará Shylock, de Gareth Armstrong, o espectáculo de honra de 2003, que aqui obteve grande êxito no ano passado. Haverá ainda o grupo de marionetas checo Serge’s Studio e o grupo de Montpellier L’Echarpe Blanche apresentará a sua encenação da peça Memórias de uma Mulher Fatal, de Augusto Sobral.

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