VIAGEM DE INVERNO

10,00 

TÍTULO: Viagem de Inverno. Uma Peça de Teatro
TEXTO: Elfriede Jelinek

TRADUTOR: António Sousa Ribeiro

DIRECTOR: Rodrigo Francisco
COORDENAÇÃO DE EDIÇÃO E REVISÃO: Sarah Adamopoulos
CAPA E PAGINAÇÃO: João Gaspar

PROPRIEDADE: Companhia de Teatro de Almada
IMPRESSÃO: Irisgráfica
DATA DE EDIÇÃO: Janeiro 2020
TIRAGEM: 300 exemplares

ISBN: 978-989-54701-0-5

APOIO:
Embaixada da Áustria em Lisboa

edição CTA Jan 2020

7 in stock

“Julgo que nenhuma obra de arte alguma vez significou mais para mim”, escreveu Elfriede Jelinek no discurso de agradecimento do Prémio de Mülheim para Autores Dramáticos, que lhe foi atribuído, em 2011, pelo texto Viagem de Inverno. Uma Peça de Teatro. A referência é ao ciclo de Schubert, sobre poemas de Wilhelm Müller, que a própria autora acompanhou com frequência ao piano, e que constitui o intertexto fundamental da obra premiada. Ao longo  do texto, são identificáveis cerca de cento e cinquenta alusões ou citações dos poemas de Müller, a partir das quais se estrutura a sequência das oito partes que o constituem. No entanto, a relação com o intertexto de Schubert/Müller não é simplesmente afirmativa, pelo contrário, desenvolve-se num registo crítico e satírico. “Aquilo que foi, incluindo tudo o que me atormentou desde a infância, ressurge agora”, escreve a autora no referido discurso de agradecimento. Concomitantemente com a deambulação autobiográfica, o texto aborda um conjunto de temas actuais da sociedade austríaca: a fusão fraudulenta, em 2007, entre os bancos Hypo Alpe Adria e a Bayerische Landesbank, que terminou, em 2009, com uma separação que precipitou a nacionalização do banco austríaco; ou o caso de Natascha Kampusch, sequestrada aos dez anos de idade e, durante oito anos, mantida fechada numa cave.

Viagem de Inverno é um texto capital do chamado “teatro pós-dramático” – sem rubricas cénicas, sem personagens ou papéis claramente definidos, apenas com vozes, frequentemente difíceis de identificar. É um teatro da pura palavra – tudo se resume à torrente do discurso, a caminhada solitária é, simplesmente, a caminhada da escrita que, ao mesmo tempo que glosa infindavelmente a insubstancialidade de uma relação com o mundo permanentemente sujeita à voragem de um tempo sem memória, constrói, apesar de tudo, pontos de referência que permitem o vislumbre, mesmo que precário, de um sentido de identidade.
António Sousa Ribeiro

Estreia no Teatro Municipal Joaquim Benite a 24 de Janeiro de 2020

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