PICASSO AGARRADO PELO RABO

Uma peça a partir de Picasso para um público infantil? É só ir à obra visual, literária e dramatúrgica de Picasso (sim, ele escreveu e encenou duas peças, e o seu trabalho poético tem sido recentemente valorizado nos meios vanguardistas). É uma obra cheia de elementos lúdicos, metamórficos, com o seu quê de clownesco e um grande apetite vitalista. Partiremos do fabuloso imaginário de uma das figuras mais emblemáticas da cultura, para chamar a atenção para os modos de apropriar/reciclar formas, temas, objectos e materiais, e de enfatizar as capacidades criativas inerentes a cada ser humano. Na obra teatral de Picasso, por exemplo, partes do corpo, objectos, legumes ou emoções (como a Angústia Gorda/Angústia Magra) são personificados e investidos de actividade dramatúrgica. Servindo-nos do seu exemplo, e articulando-o com universos sonoros da época (Satie, Stravinsky, o Grupo dos Quatro, músicas populares espanholas e de etnia cigana), o espectáculo enfatizará sobretudo os contrastes entre o espaço mágico e a crueza dos objectos, a joie de vivre e a vivência como luta de formas (por vezes cruel), as dificuldades da vida e o prazer criativo de lhes encontrar soluções. // Pedro Proença

A peça Picasso agarrado pelo rabo será concebida conjuntamente por Teresa Gafeira e por Pedro Proença, um criador com um conhecimento aprofundado da obra de Picasso, e que tem desenvolvido trabalho cenográfico e dramatúrgico na Culturgest e na Companhia de Teatro de Almada, dentro do âmbito infanto-juvenil.

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01 a 17 DEZEMBRO, 2023 | SALA DE ENSAIOS

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