Performar para a Câmara

No próximo sábado, às 18h, a Conversa é com os actores Rui Mendes e Guilherme Filipe, moderados por Ana Sofia Patrão, e o tema é A gente vai em digressão.

Na primeira conversa deste novo ciclo das Conversas com o Público, a propósito do espectáculo Music-Hall, de Jean-Luc Lagarce, com encenação de Rogério de Carvalho, em cena no Teatro Municipal Joaquim Benite, tivemos como convidados Paulo Baptista, curador da exposição Corpos Modernos do Palco (patente na Galeria do TMJB), e o investigador Filipe Figueiredo. A conversa foi moderada por Nuno Costa Moura, director do Museu Nacional do Teatro e da Dança. A Conversa esteve subordinada ao tema Silva Nogueira e o ‘escaparate de todas as artes’.

Nuno Costa Moura começou por situar o contexto em que as fotografias surgem: “Estávamos a sair de uma guerra terrível, 1918, e havia um contexto de procura de diversão, surgiram os magazines ilustrados”. “Portugal sofreu um grande impacto com a vinda dos Ballets Russes, (uma companhia de dança que veio da Rússia e se instalou em Paris, e que influenciou de forma decisiva todas as formas de ballet contemporâneo), que trouxe uma nova forma de espectáculos.”

Filipe Figueiredo começou por saudar este relacionar da fotografia com as artes performativas, “estas imagens partem do teatro e partem da dança”.

Paulo Baptista falou-nos do Modernismo e de como ele também se reflectiu no teatro através dos cenários e dos figurinos, e também na fotografia: “A revista Água pé, foi fotografada pelo Silva Nogueira. O cinema tem uma grande influência no Silva Nogueira, nomeadamente o primeiro plano”. Filipe Figueiredo continuou falando do Star system: “Performar para a câmara é o que se verifica nas fotografias da exposição”.

A exposição Corpos Modernos do Palco, é uma selecção de fotografias de vedetas dos anos 20 a 40, do século passado. Está patente na Galeria do TMJB até dia 18 de Junho, e pode ser apreciada de quinta a sábado, das 19h às 21h30, e aos domingos, das 13h às 19h.

No próximo sábado, às 18h, no foyer do TMJB, a Conversa tem como tema A gente vai em digressão. Os convidados serão os actores Rui Mendes e Guilherme Filipe, que serão moderados por Ana Sofia Patrão.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público deste ciclo co-organizado com o Museu Nacional do Teatro e da Dança

Ana Sofia Patrão (moderadora)
É licenciada em História (Universidade de Lisboa, 1993), M.A. em Estudos Teatrais (Universidade de Lisboa, 2012) , e pós-graduada em Ciências Documentais (Universidade de Lisboa, 1996). Desde 2003 é responsável pela Biblioteca, Arquivo e Centro de Documentação do Museu Nacional de Teatro e Dança, tendo anteriormente trabalhado como bibliotecária de sistemas no Instituto Português do Livro e Biblioteca e como bibliotecária pública nas Bibliotecas Municipais de Oeiras. É membro da SIBMAS (Associação Internacional de Bibliotecas, Museus, Arquivos e Centros de Documentação das Artes do Espectáculo) e da APBAD (Associação Portuguesa de Bibliotecários e Arquivistas).

Guilherme Filipe
Actor-encenador, professor e investigador de teatro. Doutor em Estudos Artísticos (ramo Teatro), pela Universidade de Lisboa. Investigador do Centro de Estudos de Teatro (FLUL), na área da documentação e da sociologia do teatro. Tem obra ensaística publicada na área das práticas e estáticas de teatro, em Portugal e no estrangeiro. Publicou o livro Às voltas com o Teatro: Os últimos actores ambulantes em Portugal, correspondente à sua dissertação de Mestrado sobre o teatro itinerante como modo de descentralização.

Rui Mendes
Tornou-se actor profissional em dezembro de 1956, no Teatro do Gerifalto. Integrou, entre outras companhias, a Empresa Vasco Morgado, o Teatro Popular de Lisboa, Teatro Moderno de Lisboa, Teatro Nacional Popular, Grupo 4/ Teatro Aberto — de que foi um dos fundadores —, Teatro ABC, Teatro Adóque — de que também foi fundador —, Teatro da Cornucópia, Teatro Nacional D. Maria II e Teatro da Malaposta. A partir de 1975 dedicou-se também à encenação. No cinema participou em cerca de vinte películas. Ao longo de mais de quarenta anos foi presença assídua na televisão (séries, telefilmes, novelas). A par da actividade como actor, Rui Mendes trabalhou como cenógrafo e foi, durante duas décadas, professor da Escola Superior de Teatro e Cinema (1980 – 2000). A 3 de julho de 2020, no palco do TMJB, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, por Sua Excelência, O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão de abertura da 37ª edição do Festival de Almada, edição em que foi o grande homenageado.

in CTA 16 Abr 2023

mostrar mais
Back to top button