OS JURAMENTOS INDISCRETOS

Representada pela primeira vez na Comédie Française em 1732, a comédia aborda o tema do amor que chega sem avisar, produzindo os tradicionais “estragos” na vida de quem é apanhado pela lufada de sentimentos incontroláveis que tudo perturba. Tema central na obra deste autor francês, em Os juramentos indiscretos o seu tratamento atingiu um cume de virtuosismo da linguagem. Conforme as regras do séc. XVIII, dois jovens são destinados um ao outro para fazerem um casamento motivado por interesses familiares e programado pelos pais sem o seu conhecimento. Numa atitude de irreverência e oposição aos costumes da época, decidem encontrar-se para declararem a respectiva indisponibilidade para a união. Nesse encontro, porém, são surpreendidos por um estranho sentimento.

Pierre de Marivaux (1688-1763), um dos autores tornados imortais pela Academia Francesa (apesar de o seu estilo ter sido até bastante tarde considerado «diabólico» pelos seus pares) escreveu uma obra moderna e impertinente para a sua época. De tal forma, que o seu nome veio a gerar um novo vocábulo na língua francesa: marivaudage, do verbo marivauder, que significa galantear de forma rebuscada. A estreia de Os juramentos indiscretos, comédia em cinco actos, não foi especialmente bem recebida pelo público, a quem terão desagradado as razões libertinas dos jovens para não quererem casar-se.

José Peixoto (n.1942), actor e encenador, estagiou com Giorgio Strehler no Piccolo Teatro di Milano e com Bernard Sobel no Théâtre de Gennevilliers. Iniciou-se n’Os Bonecreiros, integrou a equipa inicial do Centro Cultural de Évora, fez parte da direcção do Teatro da Malaposta, foi co-fundador do Teatro da Rainha e colaborador da CTA e do Novo Grupo.

Intérpretes Carla Chambel, Sara Cipriano, Adriana Moniz, Nuno Nunes, Carlos Malvarez, Jorge Silva e José Peixoto
Tradução Maria João Brilhante
Cenário e figurinos Marta Carreiras
Música Luís Cília
Desenho de luz Jochen Pasternaki

11 a 15 ABRIL | SALA EXPERIMENTAL | M/12