OS ANTÍLOPES

de Henning Mankell | encenação de Solveig Nordlund

30 OUTUBRO a 30 NOVEMBRO, 2008 | SALA EXPERIMENTAL

Os antílopes (já apresentado na Suécia, França e Alemanha, e agora com estreia absoluta em Portugal) conta a história de um casal de cooperantes brancos que aguarda a chegada do seu sucessor para poder voltar à Suécia, após mais de dez anos em África. O autor não tem piedade para com estas personagens, que não são nem colonialistas nem exploradores: são simplesmente técnicos fora do seu ambiente natural, confusos, despistados e cheios de medo. Não se trata de uma peça militante, nem de um panfleto político. Não é um texto realista. Parece mais um sonho delirante, uma ilusão óptica, um acumular absurdo de catástrofes. Tudo aqui é falso, ilógico e irreal.

A memória desliza, o calor ofusca o pensamento. As personagens sonham. Se calhar nem estão em África. Nós estamos longe de África mas ela não nos larga. Às vezes pensamos naquele continente e nas suas maldições: a SIDA, a desertificação, a fome, as guerras étnicas. Mandamos voluntários para lá, mandamos tropas e financiamentos que alimentam a corrupção. Mas de facto não fazemos nada e o sentido de culpa não nos larga: esta dança de morte grotesca, de Mankell, é testemunho disso mesmo.
Solveig Nordlund

Na sequência da estreia de Os antílopes, o TMA inaugura na sua Galeria uma exposição de pintura de Solveig Nordlund (ver pág. 50) e organiza, em parceria com o Fórum Romeu Correia, um ciclo de cinema dedicado a esta realizadora (ver pág. 47).
Henning Mankell, escritor e argumentista, nasceu em 1948 na Suécia. Casado com a fi lha de Ingmar Bergman, foi durante muito tempo dramaturgo e encenador. O seu primeiro romance foi publicado em 1973, mas foi com a obra Assassino sem rosto que se tornou conhecido em todo o Mundo, sendo um autor frequentemente premiado. Desde há muito tempo que Mankell divide o seu tempo entre a Suécia e Moçambique, onde trabalha como Director do Teatro Avenida, para o qual escreve e encena.

Intérpretes Isabel Muñoz Cardoso, José Airosa, Rogério Vieira
Tradução Solveig Nordlund e Armando Silva Carvalho
Cenário e figurinos Ana Paula Rocha
Luz Acácio de Almeida
Assistência de encenação Joana Bárcia
Assistente de cenografia Henrique Malta

30 OUTUBRO a 30 NOVEMBRO, 2008 | SALA EXPERIMENTAL
produção da COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

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