O VENTO NOS SALGUEIROS
A partir do romance de Kenneth Grahame | Dramaturgia e encenação de Teresa Gafeira
COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA
Esta é uma história sobre o campo. Mas primeiro, o que é o campo? Todos sabem e ninguém sabe. O campo é um sítio onde não há casas ou há poucas casas. Evidentemente que uma cidade não pode ser um campo, por muita vontade que tenha disso. E depois, se não há casas, alguma coisa tem de haver no campo, pois se não houvesse nada não havia campo, e nós sabemos que o campo existe. Ora então a questão é: o que há no campo? No campo, em vez de casas há árvores. E claro que o campo não tem só árvores, isso é que era bom, o campo tem flores e até há aquele campo que tem cenouras, alfaces, couves, e é claro que este campo é diferente do das árvores, sim porque os campos não são todos iguais, como as cidades não são todas iguais.
E depois no campo há os bichos. Milhões e milhões. Dentro da terra, em cima da terra e acima da terra. Os que estão acima voam, é claro, e desde moscas, passando por borboletas e toda a espécie de aves, ele há de tudo. Em cima da terra, depende de onde é o campo. Pode haver vacas, ovelhas, cabras e porcos, mas esses costumam estar naquele campo que também tem cenouras e couves. No outro campo há muitos bichos de que quase ninguém sabe o nome. Ora, e tanta conversa para quê? Porque ninguém pode começar a contar uma história sobre quatro bichos no campo, sem explicar bem o que é o campo. Ora os tais bichos eram um rato de água, um toupeira, um texugo e um sapo.
23 e 24 MARÇO, 2024 | SALA DE ENSAIOS
Cenário e figurinos Sérgio Loureiro
Desenho de luz José Carlos Nascimento
Música (interpretação) Inês Proença
Coreografia Cláudia Nóvoa
Sonoplastia André Oliveira
Interpretação Bruno Realista, Diana Vaz, João Farraia, João Maionde, Pedro Walter