O PRESIDENTE

de Thomas Bernhard | encenação de Joaquim Benite

26 NOVEMBRO a 14 DEZEMBRO, 2008 | SALA PRINCIPAL

Apeça desenrola-se vinte anos após o início da carreira do presidente. Já nada funciona no país. Os dignatários deixam-se matar pelos “anarquistas”, entre os quais se encontra sem dúvida o filho do casal presidencial, fugido numa certa noite sem dizer água vai. Nada funciona, mas tudo continua. Antes de ir a mais um enterro (o de um coronel morto num atentado), o presidente recebe massagens e a sua mulher maquilha-se. É essencialmente ela que fala durante a primeira parte da peça.
Durante mais de uma hora a presidenta martiriza a sua criada, chora o seu cãozinho morto no atentado, cita o seu capelão por tudo e por nada, e invoca incessantemente as duas causas da situação desastrosa em que o país se encontra: “Ambição, ódio: mais nada”.
Na segunda parte tem a palavra o presidente, que se encontra em viagem por Portugal com a sua amante: uma actriz de segunda categoria em quem ele vê “o génio da arte dramática”. O palco e o teatro político são, para o presidente, a mesma coisa. Mas tanto no seu caso como no da sua mulher, a logorreia esconde uma angústia: a da provável traição do seu filho.
Brigitte Salino

Thomas BernhardThomas Bernhard nasceu em 1931 na Holanda, como filho ilegítimo de Herta Fabjan e de um carpinteiro. Passou a adolescência em casa dos avós maternos, na Áustria, primeiro em Viena e depois em Salzburgo. O seu avô, o escritor Johannes Freumbichler, esforçou-se por que o jovem Bernhard tivesse uma educação sólida, que incluiu o estudo de música. Em 1947 Bernhard abandonou a escola para se empregar numa mercearia.
Entre 1955-57 estudou representação no Mozarteum de Salzburgo. Servindo-se em grande parte desta experiência, lançou-se como escritor, sendo autor de 19 novelas, 17 peças de teatro, e vários escritos autobiográficos. O estilo irónico e mordaz quanto à caracterização do seu próprio país valeu-lhe uma relação de amor/ódio com o povo austríaco. Bernhard morreu em 1989, na sua quinta de Ohlsdorf, e a sua morte só foi anunciada após o funeral. No testamento deixou expressa a proibição da representação das suas peças em solo austríaco.

Intérpretes Alberto Quaresma, Carlos Santos, Luís Ramos, Luís Vicente, Neuza Teixeira, Teresa Gafeira, Teresa Mónica
Tradução José A. Palma Caetano
Cenário João Luís Carrilho da Graça
Figurinos Sónia Benite
Luz José Carlos Nascimento

26 NOVEMBRO a 14 DEZEMBRO, 2008 | SALA PRINCIPAL
produção da COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

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