O palco da vida

Poderia ser um monólogo mas não é. Porque Bruscon (Morais e Castro), mais conhecido por ‘o fazedor de teatro’, é a personagem central desta peça de Thomas Bernhard que a Companhia de Teatro de Almada leva à cena, com encenação de Joaquim Benite.

É ele o pilar do espectáculo.

Tudo começa com a sua chegada, acompanhado pela família, a uma pequena povoação onde, nessa mesma noite, terá lugar a representação da sua peça, «A Roda da História». Esta é a desculpa para este actor fracassado e patriarca tirano falar sobre si, sobre a família mas, sobretudo, sobre o mundo do teatro.

Assim, esta peça publicada em 1984 e estreada um ano mais tarde no Festival de Salzburgo, olha para o teatro através do teatro. Mas não só. Ora em tom cómico, ora em tom trágico, Bruscon reflecte também sobre a condição humana.

«O Fazedor de Teatro» parte assim do absurdo da arte e da impossibilidade de ela reproduzir o real para mostrar a complexidade da própria existência.

Morais de Castro divide o palco com Teresa Gafeira, Francisco Costa, Maria Frade e Miguel Martins.

T.S.
in Diário Económico, 30 jan 2004

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