O MEU PÉ DE LARANJA LIMA

Um livro, actores apaixonados e um teatro. O que o Teatro dos Aloés nos propõe é a adaptação para o palco de um clássico da literatura juvenil brasileira, escrito em 1968: uma história que tem deliciado várias gerações. Eis-nos perante as aventuras de Zezé: a sua comovente descoberta da ternura por Portuga, mas também a revelação da dor, quando o seu amigo sofre um acidente trágico. O meu pé de laranja lima aborda temas como a amizade, o amor e o afecto, bem como a capacidade imaginativa dos mais pequenos para superar as condições mais adversas. Deparamo-nos também com um certo traço melancólico das crianças, muitas vezes relegado para segundo plano face ao actual predomínio da dita ‘infância idealizada’, própria do mundo urbanita.

O Teatro dos Aloés — formado pelo trio de criadores José Peixoto, Elsa Valentim e Jorge Silva — está instalado nos Recreios da Amadora. Em 2001, os Aloés iniciaram a sua actividade regular, que procura “contribuir para o exercício da cidadania e para o desenvolvimento cultural das populações”. O curioso nome desta estrutura tem origem na peça Uma lição dos Aloés, de Athol Fugard, onde se fala de vencer medos, resistir às adversidades e acreditar em utopias. Ao longo de mais de duas décadas, o grupo tem montado textos de Mário de Carvalho, Brian Friel, Marivaux, Tankred Dorst, Tchecov, José Saramago, Luigi Lunari, Carlo Goldoni, Seán O’Casey, Athol Fugard, David Mamet, Bernard-Marie Koltès, Spiro Scimone, Lars Norén, Paul Auster, entre outros.

20 e 21 JANEIRO, 2024 | SALA EXPERIMENTAL