O LIBERTINO PASSEIA POR BRAGA, A IDOLÁTRICA, O SEU ESPLENDOR

texto de Luiz Pacheco | encenação de António Olaio

02 e 03 de FEVEREIRO, 2018 | CAFÉ-CONCERTO

No documentário O libertino, na altura de se pronunciar sobre uma das suas obras de referência (O libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor), Luiz Pacheco limita-se a recordar “um dia de maluqueira“. Recusa falar, por exemplo, das tendências homossexuais que percorrem a obra ou até esclarecer se a referência a Braga deve mesmo interpretar-se, neste contexto, como símbolo da Igreja Católica e do Estado Novo. Seja como for, desabafa: “Meteram-me dentro do texto“. André Louro, neste espectáculo, faz o mesmo, transformando o texto escrito em 1961 num monólogo que sobrepõe a figura do escritor à do libertino que tenta seduzir lolitas e magalas na cidade dos arcebispos. Rui Monteiro, na Time Out, aplaude o resultado, sublinhando que o actor se converte em “libertino perverso e irresponsável sem se perder em efeitos de representação e superficialidades, assim dando consistência à fragilidade original da peça com uma interpretação rigorosa e emocional“.

Luiz Pacheco (1925-2008) foi escritor, editor, tradutor e crítico literário. Depois de frequentar o curso de Filologia Românica, foi inspector de espectáculos e colaborador em várias publicações periódicas. Em 1950 fundou a editora Contraponto, dando a conhecer a obra de escritores como Mário Cesariny ou Herberto Hélder.

Formado em Arquitectura, António Olaio iniciou a sua actividade teatral na Companhia de Teatro de Almada em 1982, trabalhando como actor em espectáculos encenados por Joaquim Benite e Jorge Listopad. Fundou em 1992 o colectivo de teatro O Grupo, com Ana Saltão, e foi produtor e actor em peças dirigidas por Ana Nave e Antonino Solmer.

Sexta e Sábado às 22h
CAFÉ-CONCERTO | M/16 | Duração: 55 min.

Interpretação André Louro
Figurino Maria Ribeiro
Assistência de encenação Anabela Felício


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