O FUTURO JÁ ERA

Texto de Sibylle Berg | Encenação de Peter Kleinert | Música de Chullage

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

Ofuturo já era consiste num manifesto de fúria, fuga e revolta individual. É-nos contada a história de quatro jovens criados em agregados familiares altamente instáveis, numa das regiões mais degradadas de Inglaterra: o Noroeste desindustrializado. Rochdale é uma cidade sem esperança, em que a pobreza, a violência e o abuso fazem parte da vida quotidiana — um lugar onde as crianças têm de crescer demasiado depressa. Os únicos aspectos comuns a Don (uma rebelde obcecada pelas artes marciais), Peter (um rapaz polaco traumatizado), Karen (uma rapariga albina) e Hannah (uma órfã de Liverpool) são o ódio à realidade em que vivem, o amor pelo ‘GRIME’ (o estilo musical que substituiu o ‘punk’ como música dos revoltados e marginalizados), e a determinação em vingarem-se dos responsáveis pela sua miséria. A sua sede de vingança leva-os a Londres, onde se deparam com grupos de conservadores degenerados, com teóricos da conspiração, com programadores vacilantes entre a megalomania e a impotência, com agentes secretos cínicos, com corretores da bolsa chineses, com algoritmos que desenvolveram uma vida própria, e com vários perdedores que passam os dias a reviver o seu próprio passado patético, através da realidade virtual. O que começara como um grupo em busca de sucesso, transforma-se numa família improvisada, quando os quatro jovens tentam, debalde, criar um lar para si próprios numa fábrica abandonada na periferia da cidade.

O futuro já era baseia-se no romance GRM – Brainfuck, de Sibylle Berg, uma das mais renomadas escritoras suíças da actualidade, que venceu o Prémio para Melhor Livro Suíço 2019 e o Grand Prix de Literature em 2020. Pelo conjunto da sua obra, Berg viu ser-lhe atribuído também em 2020 o Prémio Bertolt Brecht.

O milénio começou pessimamente. Não houve nenhum bug informático. Foi na altura em que o Facebook estava em grande. Com uma rapidez incrível, as pessoas ficaram viciadas nos likes de gente que não conheciam. Os jovens ficaram viciados na excitação que sentiam com aquela mistura de bullying, violência e sexo. Era o tempo em que à crueldade real das pessoas se veio ainda juntar a crueldade virtual. Era o tempo antes de alguma coisa.

In O futuro já era, tradução de Bruno C. Duarte


01 a 24 MARÇO, 2024 | SALA EXPERIMENTAL

qui a sáb às 21h00
qua e dom às 16h00

Duração aprox.: 1h30 | M/14

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Tradução Bruno C. Duarte
Dramaturgia Paulo Rêgo
Cenografia Céline Demars
Figurinos Ana Paula Rocha
Vídeo Cristina Antunes
Desenho de luz Guilherme Frazão
Assistente de figurinos Ricardo Varela

Assistência de encenação Nicole Alves
Fotografia Rui Carlos Mateus / Pedro Aires

Interpretação Cecília Borges, Chullage, Diana Linguiça, Diogo Bach, Erica Rodrigues, Inês Saramago, Jacinta Correia

Agradecimentos: A Montra VIP / Fernando Oculista

com o apoio:

 


Conversas com o público

02, 09, 16 e 23 Março – sábados às 18h00

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