O cinema de Fassbinder não é um cinema naturalista

No sábado, dia 19, nas Conversas com o Público vamos ter como convidados a escritora e encenadora Cláudia Lucas Chéu e a encenadora e actriz Zia Soares, que vão debater Sobre amor e preconceito. O crítico de cinema Manuel Halpern será o moderador da Conversa.

No sábado passado tivemos como convidados a professora e tradutora Gabriela Fragoso e o crítico de cinema Jorge Leitão Ramos.

O crítico Jorge leitão Ramos a propósito do filme O medo come a alma, de Fassbinder, que deu origem ao espectáculo da CTA, O medo devora a alma, com encenação de Rogério de Carvalho, em cena no TMJB, até dia 27 de Novembro , declarou: “o que gosto mais no filme não é o conflito racial, o que gosto no filme é a complexidade à volta do núcleo central” continuou: “na segunda parte do espectáculo estão todos mudados, o que parecia ideologia é trocado por serviços e dinheiro”. Ainda referiu: “Não tenho a certeza de que seja amor o que os protagonistas sentem um pelo outro”. Concluiu: “O cinema de Fassbinder não é um cinema naturalista”

Gabriela Fragoso contextualizou a Alemanha do pós-guerra “os alemães não se sentiam bem na sua língua, o nazismo simplificou a língua e endureceu-a belicamente. Os alemães tiveram um cepticismo linguístico a seguir à 2º Guerra Mundial. Jorge Leitão Ramos continuou: “A Alemanha não era o país de Hitler, era o país de Schiller, Marx, de Goethe, e muitos outros, mas ficou o país de Hitler. A Alemanha hoje ainda tem esse fantasma.”

No próximo sábado, às 18h, no foyer do TMJB, vamos debater Sobre amor e preconceito e teremos como convidadas a escritora e encenadora Cláudia Lucas Chéu e a encenadora e actriz Zia Soares, com a moderação de Manuel Halpern.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público a propósito do espectáculo O medo devora a alma.

Cláudia Lucas Chéu

Cláudia Lucas Chéu (1978) É escritora, poeta, dramaturga e argumentista. Tem publicados os textos para teatro Glória ou como Penélope Morreu de Tédio [2011, Teatro Nacional D. Maria II], Violência — fetiche do homem bom [2013, Teatro Nacional D. Maria II], A Cabeça Muda [2014, Cama de Gato edições], Veneno [2015, edições Guilhotina]. Em prosa poética, publicou o livro Nojo [2014, (não) edições]. Em poesia, o livro Trespasse [2014, Edições Guilhotina] e Pornographia [2016, Editora Labirinto]. Em 2017, foi publicado em poesia o livro Ratazanas [Selo Demónio Negro, São Paulo (Brasil)]. Publicou em 2018, o seu primeiro romance Aqueles Que Vão Morrer, [Editora Labirinto] e Beber Pela Garrafa [poesia, editora Companhia das Ilhas]. A Mulher-Bala e outros contos [Editora Labirinto, 2019], Confissão [poesia, Companhia das Ilhas, 2020], a Mulher Sapiens [contos e ensaios, Companhia das Ilhas e jornal Público, 2021] e A Vida Mentirosa das Crianças [Nova Mymosa, 2021].
Acaba de publicar Ode triumphal à Cona [poesia, Companhia das Ilhas, 2022] e Orlando — Tratado Sobre a Dignidade Humana [2022, Teatro Nacional Dona Maria II]. O livro Confissão foi semifinalista do Prémio Oceanos em 2021.

Zia Soares (c) Estelle Valente

Zia Soares é encenadora e actriz. Nasceu em Angola, reside em Portugal e trabalha regularmente na Guiné-Bissau, em São Tomé e Príncipe e em Portugal.
É directora artística do Teatro GRIOT, companhia onde, entre outros espetáculos, encenou O Riso dos Necrófagos, de sua autoria, distinguido como “Melhor Espectáculo 2021/2022” no âmbito do Premio Internazionale Teresa Pamodoro (Itália).
É co-fundadora do projecto SO WING. O seu trabalho desenvolve-se sempre em estreita colaboração com artistas interdisciplinares como Kiluanji Kia Henda, Mónica de Miranda, Neusa Trovoada ou Xullaji. Zia Soares é uma artista apoiada pela apap – Feminist Futures, um projeto cofinanciado pelo Programa Europa Criativa da União Europeia.

in CTA 13 Nov 2022

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