O BARBEIRO DE SEVILHA

A partir da ópera de Gioachino Rossini | Encenação de Teresa Gafeira

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

OBarbeiro de Sevilha é uma ópera buffa. Trata-se de um género tipicamente italiano que tem origem nos entreactos cómicos do século XVIII, durante os quais, à frente do pano, havia actores que tinham por função entreter o público durante as mudanças de cenário, com pequenas prestações satíricas inspiradas nas personagens da commedia dell’arte. Gioachino Rossini (1792-1868) inscreve-se nessa tradição, porém eleva a ópera buffa a um outro patamar, através de uma escrita orquestral que participa do todo, inclusive na sua vertente cómica, ao mesmo título que até então apenas as palavras dos libretos podiam, assente numa música eminentemente melódica, composta a pensar sobretudo nos cantores. O que explica que O Barbeiro de Sevilha (uma obra cujo texto, da autoria de Beaumarchais, tinha já o seu lastro histórico e os seus heróis – também musicais, como o decano Paisiello) tivesse estreado em Roma durante o Carnaval de 1816 tendo por únicos aplausos os do próprio compositor.

Criado originalmente em 2001, para um cenário que reproduzia o Teatro Nacional de São Carlos, este espectáculo resulta de um novo olhar da encenadora Teresa Gafeira sobre a récita, que decorre num teatrinho de marionetas cujos cantores são os bonecos e cujos actores de carne e osso são os técnicos do teatro. Um teatro que, nesta nova versão, é uma réplica da Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, criada pelos arquitectos do edifício a que os almadenses chamam carinhosamente Teatro Azul. O teatro dentro do teatro dentro do teatro.


Escrevi a Paisiello a dizer-lhe que, ciente da minha inferioridade, não pretendia de modo algum fazer-lhe concorrência e que evitaria recorrer às mesmas situações do seu libreto. Isso feito, julguei-me ao abrigo da crítica dos seus legítimos admiradores. Como me enganei! Na estreia do meu Barbeiro precipitaram-se como animais selvagens sobre o imberbe maestrino. Mas eu não me deixei desmoralizar: enquanto o público vaiava eu aplaudia os meus executantes.
Gioachino Rossini, Paris, 1860


16 e 17 MARÇO, 2019 | SALA EXPERIMENTAL

sáb às 16h00
dom às 11h00 e às 16h00

Duração: 50 min. | M/3

Intérpretes André Alves, Anabela Ribeiro e Vera Santana
Cenografia Manuel Graça Dias e Egas José Vieira
Desenho de luz José Carlos Nascimento
Bonecos e figurinos Pedro Proença
Execução dos bonecos e adereços António Canelas
Execução dos figurinos Rosário Balbi
Operação de luz e som Paulo Horta


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