Novo ciclo de Conversas com o Público no próximo sábado

No passado sábado discutimos Sexualidades na transição para a democracia, com o professor António Fernando Cascais e a socióloga Isabel Freire. Esta Conversa fechou o ciclo subordinado ao tema Eu não sou quem sou, a propósito da criação da CTA, Noite de reis, de William Shakespeare, com encenação de Peter Kleinert.

Isabel Freire começou por nos falar de uma jovem de 14 anos, Gisela, que enviou uma carta, em 1975, para a revista Modas e Bordados, que tinha na altura como chefe de redacção Maria Antónia Fiadeiro, em que conta que fez amor pela primeira vez até ao fim, na noite do 25 de Abril, de 1974. Nesta carta a jovem associa sexualidade e política. A carta foi publicada na integra. “As leitoras da revista agarram aquele debate e começam a escrever cartas directamente para a Gisela, directamente para a revista”.

António Fernando Cascais respondendo à pergunta de Rodrigo Francisco, que moderou esta Conversa, sobre se haveria algum filme português feito na década de 80 sobre o VIH, começou por nos explicar que “em relação ao cinema nós estamos normalmente entre 25 a 40 anos desfasados”. “A única coisa que há na época são alguns poemas. Foi preciso esperar até há cinco anos atrás para termos uma obra-prima. As sociedades levam muito mais tempo a mudar do que os regimes”.

No sábado dia 5 de Novembro iniciamos um novo ciclo de Conversas com o Público, a propósito da nova criação da CTA, O medo devora a alma, de Reiner Werner Fassbinder. A moderação das Conversas será do crítico de cinema Manuel Halpern. O tema da primeira Conversa será Fassbinder: ecos e legados, e terá como convidados o realizador Edgar Pêra e a directora do Festival de Cinema e Literatura do Algarve, Débora Pinho Mateus.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público a propósito da criação da CTA, O medo devora a alma

Débora Pinho Mateus
Licenciada em Antropologia pelo ISCTE-IUL e Mestrado em Antropologia Visual pela Universidade de Barcelona. Como antropóloga visual tem apresentado trabalhos em conferências internacionais tais como no SIEF (Société International d’Ethnologie et de Folklore), e na EASA (European Association of Social Anthropologists). Faz parte e é membro fundador do colectivo Antro-pó (vimeo.com/colectivoantropo). Dá formação em cinema entre elas no Curso de Verão ‘Cine, Etnografía y Experimentación’ na Universidad de los Andes, Colombia. É co-diretora e programadora do FICLA – Festival Internacional de Cinema e Literatura do Algarve.

Edgar Pêra  é um cineasta português . Pêra também é artista plástico e quadrinista, e escreve ensaios de ficção e cinema. Edgar Pêra estudou Psicologia, mas mudou para Cinema no Conservatório Nacional Português, actual Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Edgar Pêra financiou e produziu muitos filmes próprios, ou dirigiu “filmes de autor” para instituições culturais.

in CTA 30 Out 2022