NOVAS CRIAÇÕES

COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO

Num programa que junta as novas criações de dois coreógrafos bem conhecidos do público de Almada, a Companhia Nacional de Bailado inicia no mês de Maio uma colaboração com o TMJB que se prolongará até ao final do ano.


Annette, Adele, e Lee é o título da nova criação de Rui Lopes Graça com João Penalva para a Companhia Nacional de Bailado.
Os três nomes próprios que constituem o título poderão sugerir um triângulo amoroso, mas este não é um bailado narrativo.  São, na verdade, os nomes dos três bailarinos de sapateado que, contratados para dançar num estúdio de gravação de som, deram origem ao material com que David Cunningham compôs o som para este bailado.
Os bailarinos que vemos, de formação clássica, dançam ao som dos seus colegas do sapateado. Quanto a esses, os que não vemos, poderemos apenas imaginá-los e perguntar como serão.  No entanto, os trinta minutos de grande complexidade de padrões sonoros e coreográficos – em que a presença dos três bailarinos é contínua – tornarão memoráveis os seus nomes.
Annette, Adele, e Lee,  poderá afirmar-se,  é uma história de bailarinos.


Madrugada
A hora do dia – da noite? – em que a máquina do tempo parece mais perfeitamente equilibrada é também a hora mais excessiva. Lusco-fusco, exaustão do corpo,  fim de festa, regresso à luz. Dançar a noite toda. No fim o corpo já não pensa, só reage. Todos juntos no escuro: a música, os olhos, as histórias, os tropeções, o corpo suado. Todos consigo mesmos: os olhos fechados, ver muito para dentro, por dentro,  o corpo frenético.  A noite é de todos, mas a dança é cada vez mais íntima, sozinha. À volta, tudo parece desfocado, tudo parece possível. Sair do próprio corpo, como se os pés deixassem de tocar no chão. Um transe, a máquina do tempo engasga-se. O lugar é difuso, fica algures entre o céu e a terra. «Um leve tremor precede a madrugada»: a hora excessiva acaba depressa,  chega o dia, ilumina-se o palco, a ilusão esfuma-se, como se tudo pudesse não ter sido. Por cada madrugada límpida há uma madrugada onde cabe quase todo o escuro das noites em que não se sabe nada do que aconteceu.


Victor Hugo Pontes (n. 1978) é licenciado em Artes Plásticas – Pintura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto. Em 2001, frequentou a Norwich School of Art & Design, Inglaterra. Concluiu os cursos profissionais de teatro do Balleteatro – Escola Profissional e do Teatro Universitário do Porto, bem como o curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Forum Dança. Como criador, a sua carreira começa a despontar a partir de 2003, com o trabalho Puzzle. Desde então, vem consolidando a sua marca coreográfica, tendo-se apresentado por todo o País, assim como em Espanha, França, Itália, Alemanha, Rússia, Áustria, ou ainda no Brasil, entre outros pontos do Mundo. É desde 2009 director artístico da Nome Próprio – Associação Cultural, com sede no Porto.

Rui Lopes Graça (n. 1965) formou-se em dança como bolseiro da Escola do Ballet Gulbenkian e do Centro de Formação Profissional da Companhia Nacional de Bailado (CNB). Em 1985 ingressou no elenco desta companhia, tornandose seu bailarino solista em 1996. Tem coreografado, entre outros, para a CNB, Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, Ballet da Ópera de Estrasburgo, Liaoning Ballet of China, para além da sua própria companhia. Os seus trabalhos foram já apresentados nos EUA, Holanda, Escócia, Espanha, França, Noruega, Brasil, China, Moçambique, Angola, Itália, Cuba, Israel, México e Turquia. Para além da actividade como coreógrafo independente, é coordenador dos Estúdios Victor Cordon, centro criativo da CNB e do Teatro Nacional de São Carlos.


25 MAIO, 2019 | SALA PRINCIPAL

sáb às 21h30

M/6

Annette, Adele, e Lee
João Penalva e Rui Lopes Graça
Conceito Rui Lopes Graça Coreografia
Espaço cénico e Figurinos João Penalva
Som David Cunningham
Desenho de luz Nuno Meira
interpretação Andreia Mota, Anyah Siddall, Dylan Waddell, Francisco Sebastião, Inês Moura, João pedro Costa, Leonor de Jesus, Miguel Esteves, Raquel Fidalgo, Tatiana Grenkova, Tiago Coelho

Madrugada
Coreografia Victor Hugo Pontes

Música Rui Lima e Sérgio Martins
Cenografia F. Ribeiro
Desenho de Luz Wilma Moutinho
Assistência do coreógrafo Vera Santos
A peça foi desenvolvida e tem a interpretação de Aeden Pittendreigh, África Sobrino, Almudena Maldonado, Francisco Couto, Gonçalo Andrade, Henriett ventura, Inês Ferrer, Lourenço Ferreira, Michelle Luterbach, Miguel ramalho, Nuno Tauber, Paulina Santos e Ricardo Limão



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