“Não há democracia sem memória”

Mais uma vez o foyer do TMJB encheu-se de público, desta vez para ouvir o escritor Paulo Faria.

O escritor Paulo Faria, filho de um médico ex-combatente, com vários livros publicados sobre a guerra colonial, foi o convidado de Maria José Lobo Antunes do último sábado.

Paulo Faria é um filho em busca das memórias do pai. Filho de um médico, ex-combatente, que após a morte do pai, se lançou numa investigação para conhecer aqueles tempos, praticamente desde que nasceu até cerca dos três anos de idade, em que cresceu sem pai, devido à guerra colonial. Que implicações teve isso para toda a vida na sua relação com os pais? Começou este caminho sem saber o que o esperava. Recolheu depoimentos dos antigos camaradas de armas do pai, sem gravador, “há certas coisas que as pessoas não querem que fiquem registadas”, “Alguns só falaram comigo porque eu era o filho do médico da companhia”. Não há democracia sem memória foi uma das frases que ficou a pairar nesta conversa.

No próximo sábado, último deste ciclo, a investigadora Sandra Araújo substitui Maria José Lobo Antunes a moderar a conversa com o escritor Vasco Luís Curado. O tema vai ser Em torno da guerra colonial.

Sandra Araújo é investigadora associada do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e tem pesquisado as inter-relações entre cultura, intelligence e governança de minorias étnico-religiosas durante a guerra colonial em Moçambique. Os seus interesses de investigação, na intersecção entre a História e a Antropologia, estendem-se também às identidades e a questões de género no contexto tardo-colonial português.

Vasco Luís Curado nasceu em 1971. Publicou um livro de contos, A Casa da Loucura (1999), a novela O Senhor Ambíguo (2001) e os romances A Vida Verdadeira (2010), Gare do Oriente (2012) e O País Fantasma (2015). Psicólogo clínico, publicou na área da psicopatologia a tese Sonho, Delírio e Linguagem (2000). A partir do contacto profissional com combatentes da Guerra Colonial, recolheu os testemunhos e histórias que deram origem ao livro Declarações de Guerra (2019).

No sábado seguinte, dia 6 de Dezembro, inauguramos um novo ciclo dedicado ao Século de Ouro espanhol, com coordenação da professora Maria João Brilhante.

in CTA 25 Out 2021

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