MORTO O CÃO, ACABOU-SE A FÚRIA – A VIDA DE LUIZ PACHECO

Uma ideia original de Pablo Fidalgo Lareo | Co-criação de Carolina Dominguez, Claúdio da Silva e Pablo Fidalgo Lareo

Luiz Pacheco foi tudo na cultura portuguesa. Um escritor diferenciado, um editor requintado e um selvático polemista. Luiz Pacheco foi o cão, ou seja, a consciência da cultura portuguesa, e levantou a voz quando os escritores ditos ‘oficiais’ ou ‘panfletários’ eram a norma. O seu percurso foi o de uma viagem política, estética e até geográfica de um proscrito, de um exilado interno e de um degenerado. Que significam hoje todas estas palavras no meio cultural? Pode a cultura actual olhar para uma figura tão complexa e autêntica? Por que é que temos a sensação de que autores como este aconteciam noutros tempos? Como vive hoje essa sintaxe? O que podemos ter no nosso corpo dessa voz torcida até ao limite?

Cláudio da Silva, o actor desta peça, contém em si mesmo todas estas complexidades, esta lucidez física sobre uma época sem ideias fortes. Ele será o escritor no seu laboratório, na sua oficina, nas suas peregrinações, na sua busca desesperada por amor e por corpos. Homens e mulheres, jovens e velhos. Diz-se que Pacheco gostou de tudo. Estamos certos de que seguiu uma poética e seguiu um plano em cada passo que deu. Seguiu a sua fome pela vida e pela pele. Seguiu a sua vitalidade extrema e desesperada. A geografia de Pacheco é a de uma Lisboa que se estende. Só deixou Portugal uma vez na vida, mas era um libertino, um comunista e um anarquista. Luiz Pacheco foi a medida da cultura portuguesa durante mais de 50 anos. Despiu-se e disse que não precisa de nada, mas precisava de tudo. E é essa atenção o que o caos lhe oferece. De facto, esta vida e este espectáculo são a história de uma queda, de um corpo que é derrotado pelo tempo e pela escrita.
Carolina Dominguez, Claúdio da Silva e Pablo Fidalgo Lareo


11 e 12 MAIO, 2024 | SALA EXPERIMENTAL

sáb às 21h00
dom às 16h00

Duração aprox.: 50m | M/14

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Interpretação Cláudio da Silva
Direcção técnica Bruno Santos
Parcerias Editora Snob, Palettentheater Kollektiv, Teatro do Bairro, TMJB, Zdb – Galeria Zé dos Bois

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