MORTE DE UM CAIXEIRO-VIAJANTE

texto de Arthur Miller | encenação de Carlos Pimenta

13 ABRIL a 06 MAIO, 2018 | SALA PRINCIPAL

Odrama social e familiar por que passa Willy Loman não é culpa da sua bizarria, excentricidade ou incompetência. É fruto daquilo a que se chamam “efeitos colaterais”. Ao perder o emprego – embora cheio de vontade de trabalhar – Willy dá conta de um outro mundo que passa por si e não se detém à sua espera.
Willy (o homem) vê-se dispensado desse mundo que o transforma num outro Willy (o número).
Mas qual a culpa de Willy? A sua falta de competitividade? A sua desadequação face ao presente?
Nesta peça que ocorre – diz o autor – na América do final dos anos 40 do século passado, ficamos com a amarga sensação de nos termos cruzado ainda ontem com personagens semelhantes. Ficamos, também, com a sensação, ainda mais  amarga, de que esse não terá sido o nosso derradeiro encontro com as histórias que elas encerram.
Em A morte de um caixeiro viajante as sensações que vamos tendo devemo-las à mestria de Arthur Miller, que tão bem soube construir as histórias de vida da família Loman e dos que com ela se relacionam, para o bem e para o mal.
As coisas mudam  diz um outro notável americano (David Mamet) no seu filme de 1988. Como nos apeteceria, muitas vezes, que muitas das mudanças se ficassem somente pelo cinema ou pelo teatro. Mas aí estaríamos a negar a função destas formas de arte e a capacidade que têm de nos devolver o real para que o possamos questionar. É por isso que continuamos a ir ao cinema ou ao teatro. É por isso que aceitamos esta espécie de indistinção entre ficção e realidade. E é, também, por isso que admitimos que Willy Loman possa, eventualmente,  estar sentado ao nosso lado. | Carlos Pimenta

Arthur Miller (1915-2005) foi um importante escritor norte–americano, autor de peças de teatro, romances e até de um argumento cinematográfico, escrito para a sua segunda esposa: Marilyn Monroe. As suas primeiras peças datam da sua passagem pela Universidade de Michigan. Morte de um caixeiro-viajante, surgida em 1949, consagrou-o como dramaturgo e valeu-lhe o Prémio Pulitzer. Miller recebeu também, por duas vezes, o New York Drama Critics Award.

Carlos Pimenta já encenou mais de duas dezenas de espectáculos de autores como Beckett, Ibsen, Racine, Handke, Mamet, Mishima ou Marguerite Duras, nas principais salas do País. Para a CTA dirigiu Variações à beira de um lago, de David Mamet (2008), e Dois homens, de José Maria Vieira Mendes (2009). Para além da sua actividade como encenador, é professor na Universidade Lusófona.

Companhia de Teatro de Almada

Quinta a Sábado às 21h30 | Quarta e Domingo às 16h
SALA PRINCIPAL | M/12 | Duração: 2h30 (aprox.)

Intérpretes Beatriz Godinho, Diogo Branco, Diogo Freitas, Ivo Alexandre, João Tempera, João Farraia, Lígia Roque, Luís Gaspar, Pedro Walter, Sofia Marques, Tiago Sarmento 
Tradução Ana Raquel Fernandes e Rui Pina Coelho
Cenografia Carlos Pimenta e João Pedro Fonseca 
Figurinos José António Tenente
Vídeo João Pedro Fonseca
Desenho de luz Rui Monteiro


CONVERSAS COM O PÚBLICO: 14, 21 E 28 DE ABRIL E 05 DE MAIO ÀS 18H

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