Morais e Castro na pele de um fazedor de teatro

Companhia de Almada leva à cena, a partir de amanhã, peça de Thomas Bernhard inédita nos palcos nacionais Personagem Bruscon fala do absurdo da própria vida

“Ofazedor de teatro”, de Thomas Bernhard, marca, amanhã, o regresso ao palco do actor Morais e Castro. A peça, em estreia absoluta em Portugal, é uma produção da Companhia de Teatro de Almada e tem encenação de Joaquim Benite.
Morais e Castro tornou-se mais conhecido do grande público pelo papel como professor da série televisiva “As lições do Tonecas”. Quem acompanha mais de perto a carreira do actor certamente que ainda tem presente a “intepretação de antologia” que teve na peça “Os directores”, de Daniel Besse, que o Teatro de Almada levou à cena em 2002. Mas, desta vez, como o próprio Morais e Castro admite, “O fazedor de teatro” “é, talvez, dos trabalhos mais difíceis que fiz até hoje, quer pela extensão do texto, que é praticamente um monólogo, quer pela complexidade de Bruscon, a personagem que interpreto”.
O protagonista de “O fazedor de teatro” é, nas palavras de Morais e Castro, “altamente contraditório, ora dado a megalomanias ora a grandes depressões. Tanto pode ser o artista como toda a gente”.
A peça fala de Bruscon, que acaba de chegar com a família a uma povoação com apenas 280 habitantes, onde, nessa mesma noite, terá lugar a representação da sua peça “A roda da história”. Bruscon, megalómano, tirano familiar, actor fracassado, discorre sobre si próprio, sobre a família, sobre o local em que se encontra e, principalmente, sobre a arte do teatro, a sua enorme paixão.
A peça terá as suas primeiras representações entre amanhã e o próximo domingo, só para assinantes, ficando em cena, de 5 de Fevereiro a 14 de Março, para o público em geral.

Ana Vitória
in Jornal de Notícias, 28 jan 2004

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