Mestres do Teatro Europeu reunidos no 30º Festival de Almada

Peter Stein, José Luis Goméz, Luis Miguel Cintra, Ibsen, Strindberg, Beckett... São ao todo 28 peças para celebrar três décadas a trazer a Portugal o grande teatro mundial.

Joana Emídio Marques in DNArtes, 15 jun 2013

Faltavam apenas dez minutos para começar a apresentação oficial da 30. ª edição do Festival de Teatro de Almada quando o secretário de Estado da Cultura , Jorge Barreto Xavier, cancelou a sua presença no evento, sem dar qualquer justificação. Esta ausência, que se vem tornando comum nos dirigentes da Cultura em Portugal, não impediu que fosse apresentado um programa prometedor marcado pela presença de grandes encenadores, atores do teatro europeu. O festival este ano homenageia os mestres do teatro europeu em 28 peças distribuídas por 68 sessões a decorrerem em Almada e Lisboa entre 4 e 18 de Julho.

O alemão Peter Stein, o austríaco Klaus Maria Brandauer, o espanhol José Luis Goméz, o português Luis Miguel Cintra, o francês François Chattot, o luso-francês Emmanuel Demarcy-Mota são alguns dos nomes incontornáveis do teatro europeu e que regressam este ano a Almada, sob a égide da “resistência”, da “memória” e da “excelência”, explicou ao DN Rodrigo Francisco, o director do evento.

Há 30 anos a colocar Portugal na rota dos grandes teatros europeus, o festival mereceu este ano um reconhecimento por parte da DGArtes que se traduzirá num aumento substancial do financiamento. O diretor-geral das Artes, Samuel Rego, presente na sessão de apresentação, disse ao DN que “o Festival de Almada é uma síntese perfeita do melhor que se faz na cultura nacional”.

Rodrigo Francisco acrescentou que o festival quer “posicionar-se contra um certo discurso que quer apagar da história a importância dos fundadores do teatro independente em Portugal em prol de um teatro experimentalista e pretensamente autossuficiente”.

Os mestres que terão voz durante duas semanas em Almada não são apenas os encenadores e atores, mas também os dramaturgos: Ibsen, Strindberg, Beckett, Voltaire mas também textos intemporais como O Principezinho de Saint-Exupéry, Papalagui, do samoano Tuiavii ou Victor ou as Crianças ao Poder de Roger Vitrac. Haverá ainda um ciclo de seis peças dedicado ao teatro nórdico contemporâneo e às mulheres que o protagonizam.

A figura homenageada do Teatro e do Festival de Almada, Joaquim Benite, falecido Dezembro, com o documentário Não Basta Dizer não, da jornalista Catarina Neves.

A estrutura mais subsidiada do País
A DGArtes e a Câmara Municipal de Almada assinaram um acordo tripartido que fará do Teatro Joaquim Benite uma das estruturas mais apoiadas financeiramente do País. Assim, o orçamento do Festival é 545 mil euros, dos quais a CMA investe 200 mil; a Companhia de Teatro de Almada, através de receitas próprias, investe 195 mil; e o Estado, através da DGArtes, investe 150 mil.

O diretor do festival, Rodrigo Francisco, relembra que a subvenção estatal recuou para o valor de há 16 anos e explica: “O investimento da CTA para a realização da presente edição só foi possível graças à colaboração com os patrocinadores os teatros parceiros (o Nordic Culture Fund, a Região de Turismo de Lisboa e Vale do Tejo, o Institut Français, o Instituto Italiano de Cultura, a Embaixada de Espanha em Lisboa, o Teatro Nacional D. Maria II, o S. Luiz Teatro Municipal, a Culturgest, o Teatro da Trindade, o Maria Matos Teatro Municipal) e os teatros da rede de teatros municipais ACTO 5.”

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