MARGEM

Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, Capitães de Areia, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num trapiche – um armazém onde, como uma espécie de família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. 80 anos depois da publicação do livro, Victor Hugo Pontes e Joana Craveiro queriam questionar quem são os novos capitães de areia. “Quem são as pessoas que são colocadas à margem e quando é que essa marginalização começa? Na casa de partida da vida, temos todos as mesmas hipóteses ou alguns partem para a luta já em défice? Há formas de quebrar isso? Quais?”, pergunta o coreógrafo. Assim, a história de Pedro Bala e Dora e seus amigos junta-se às histórias de vida, recolhidas em pesquisa prévia, de crianças institucionalizadas da Casa Pia e do Instituto Profissional do Terço, e ainda às memórias e experiências dos próprios intérpretes e do processo de construção do espectáculo. Margem venceu em 2019 o Prémio SPA para Melhor Coreografia.

Com formação em artes plásticas, teatro e coreografia, Victor Hugo Pontes é um criador que não se deixa limitar por formatos e que explora constantemente as ligações entre o movimento e a palavra. É, desde 2009, o diretor artístico da Nome Próprio – Associação Cultural.

A dramaturga, encenadora, actriz e antropóloga Joana Craveiro, fundadora e directora do Teatro do Vestido desde 2001, tem trabalhado na construção de dramaturgias poéticas documentais, que têm como base a antropologia e a recolha de histórias orais e de memórias.

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19 NOVEMBRO, 2022 | SALA PRINCIPAL

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