“Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão” (Gilbert Chesterton)

No sábado, 14 de Maio, às 18h, a jornalista Joana Stichini Vilela e a actriz e encenadora Sara Carinhas, serão as convidadas de Madalena Alfaia nas Conversas com o Público subordinadas ao tema: «Não tentes nunca enganar | e diz apenas aquilo em que te inclines a acreditar»: fingir para não chorar

No último sábado falou-se de misantropia. Pedro Mexia e Pedro Sobrado debateram com Madalena Alfaia e o público, o tema: «Chama-lhe insanidade | mas estou em total desacordo com a humanidade»: viver em misantropia.

Pedro Sobrado começou por agradecer o convite: “Sempre que cá venho sinto-me bem, sinto a implantação na comunidade”.  Quanto á misantropia e a propósito do espectáculo O misantropo, em cena no TMJB, alertou para os perigos actuais de um pensamento que defende uma certa ideia de “higienização e desinfecção humana”. Quanto a Alceste, o protagonista, referiu que a virtude (tema largamente debatido nesta conversa) “torna-o pior”.

Pedro Mexia atribui a virtude a um conceito político forte, nascido da Revolução Francesa: Robespierre e a fundamentação da violência com os não virtuosos. Para Pedro Mexia a virtude neste momento é uma categoria política muito forte: “artistas postos em causa pelo que fizeram, pelo que disseram”, fundamentando a censura aos não virtuosos. “Eu defendo separar a obra das virtudes dos artistas”, afirmou.

No próximo sábado as Conversas com o Público continuam, como sempre, às 18h, no foyer do Teatro Municipal Joaquim Benite.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público, a propósito da última criação da CTA: O misantropo, de Martin Crimp, com encenação de Nuno Carinhas.

Joana Stichini Vilela

Joana Stichini Vilela é jornalista independente – colaboradora regular de diversas publicações, nomeadamente Expresso, Observador, Diário de Notícias, Monocle. É autora de vários formatos televisivos nas áreas da criatividade e das tendências, e co-autora da série de livros Lx (Lx 60, Lx 70, Lx 80, Lx 90, Lx Joga), sobre a vida em Lisboa em cada uma dessas décadas.

Sara Carinhas

Sara Carinhas é actriz e encenadora. No teatro, trabalhou com Beatriz Batarda, Cristina Carvalhal, Fernanda Lapa, João Mota, Marco Martins, Nuno Cardoso, Ricardo Pais, entre outros. Em 2015, pela sua interpretação em A Farsa, de Luís Castro, recebeu o Globo de Ouro e o prémio da SPA para Melhor Actriz de Teatro. No cinema, trabalhou, por exemplo, com Manoel de Oliveira, Manuel Mozos, João Mário Grilo e Patrícia Sequeira. Como encenadora, criou As Ondas, a partir do livro de Virginia Woolf, autora a que regressa em Orlando (co-criação com Victor Hugo Pontes), e, mais recentemente, Limbo. Escreve crónicas para a Gerador e dá aulas de escrita e improvisação.

in CTA 08 Mai 2022

mostrar mais
Back to top button