JUAN DE PURA E CACHAPINES

De Juan de Pura, o «cantaor» (designação castelhana dos cantores de flamenco), escreveu a crítica: «se alguma vez a madrugada se levantasse, seria para ouvir a voz deste cigano, que canta enfeitiçando-nos com uma voz cheia de matizes». Daniel Suárez «Sena», na percussão, «golpeia o sonho do compasso, apanhando-o com a prudência de quem sabe que os sonhos se escapulem ao toque profundo das mãos». O pianista, intérprete e compositor Pablo Suárez dedica-se principalmente a espectáculos de dança, colaborando, entre outros, com Rafael Amargo, Rafaela Carrasco e a companhia Nuevo Ballet Español. O contrabaixista Pablo Navarro formou-se em Viena (Áustria). Interessa-se por diversas linguagens musicais e defende o flamenco como «a música mais aberta que conhece».

O modo peculiar da companhia Cachapines recriar o flamenco pretende, essencialmente, divulgar a cultura cigana. Apesar da influência de outros estilos musicais, centra-se na exploração de uma cultura carregada de história, em toda a sua alegria e dor, numa fusão entre vanguarda e tradição. Cantando a poesia de grandes autores, como César Vallejo, Federico García Lorca, Li Bai, Rajko Duric, Miguel Hernández, Homero ou Félix Grande, a música dos Cachapines cruza desassossegos íntimos da alma, um requintado experimentalismo musical e o esplendor do verbo de tão desassossegados poetas.

Voz Juan de Pura
Piano Pablo Suárez
Percussão Daniel Suárez “Sena” 
Contrabaixo Pablo Navarro
Coro Samara Losada

10 OUTUBRO, 2009 | SALA PRINCIPAL | M/12