JORGE PALMA

Jorge Palma é um caso musical raro no nosso País. Compositor e intérprete admirado pelos colegas de profissão, e amplamente amado pelo público, é um artista demasiado célebre para assumir o papel de génio obscuro, e demasiado genuíno e rebelde para ser encarado como um músico previsível e formatado. O seu percurso de vida tem-se feito invariavelmente a par da música. Exímio pianista, começou a aprender este instrumento apenas com seis anos de idade. Durante a adolescência, e a par da formação erudita, interessa-se pelo rock’n’roll – e, de um modo geral, pela música popular americana e inglesa. Durante os anos 70 e o princípio da década de 80 do século passado, o seu percurso artístico dividiu-se entre as primeiras edições fonográficas em Portugal e as ruas e carruagens de metro de cidades europeias. Terminou o Curso Superior de Piano em 1990, e no ano seguinte editou o emblemático álbum Só – apenas com voz e piano. Nessa mesma década formou o grupo Palma’s Gang, e mais tarde integrou projectos como os Rio Grande ou os Cabeças no Ar. Ao longo da sua vasta carreira lançou vários discos de originais, compôs êxitos para si próprio e para outros intérpretes, e somou vários discos de ouro, tendo atingido a marca da dupla platina com Voo nocturno.

A sua obra contém canções transversais, incluindo temas como Frágil, Deixa-me rir, Dá-me lume ou Encosta-te a mim, que se tornaram hinos atemporais. Em 2023 lançou um novo (e muito aguardado) álbum, após uma pausa de 12 anos na gravação de originais: VIDA encontra-se actualmente em digressão por todo o País. E porquê uma dúzia de anos de espera? Palma responde-nos na primeira pessoa: “Não sou aquele gajo que se levanta de manhã e passa não sei quantas horas a escrever. Nunca fui essa pessoa, nem hei-de ser”

20 JANEIRO, 2024 | SALA PRINCIPAL