João Grosso na abertura

A22.ª edição do Festival de Almada, orçada em cerca de 100 mil euros, abre manhã, no palco grande da Escola D. António da Costa, com o recital “Manucure”, a partir da poesia de Mário de Sá Carneiro, com encenação e interpretação de João Grosso.

A programação daquele que é um dos mais importantes festivais de teatro do país, e que este ano homenageia Artur Ramos, decorrerá até 26 deste mês em vários espaços de Almada e de Lisboa que acolherão algumas das 26 produções da responsabilidade de 23 companhias, 12 das quais são estrangeiras (oriundas de Espanha, França, Itália, Canadá, Colômbia e Brasil) e 11 companhias portuguesas.

Ao todo, serão utilizados 13 espaços em Almada a Escola D. António da Costa (o palco grande e o palco esplanada), o Fórum Romeu Correia, os antigo e novo teatros municipais e a Praça da Liberdade. Em Lisboa, o festival decorrerá no Centro Cultural de Belém (grande e pequeno auditório mais sala de ensaio), no Teatro da Trindade, na Culturgest, no Teatro Cornucópia e no Teatro Taborda.

No que respeita à participação portuguesa, destaca-se o facto de os Artistas Unidos apresentarem no festival um ciclo sobre o autor francês contemporâneo Jean-Luc Lagarce que inclui a montagem de três textos “Music-Hall”, em estreia absoluta, dia 8, no CCB; “As regras da arte de bem viver na sociedade moderna”, dia 5, no Teatro Taborda e “Tão só o fim do mundo”, dia 12, no Teatro Municipal de Almada.

A Cornucópia apresenta “A cadeira”, uma das mais recentes obras de Edward Bond, com encenação de Luís Miguel Cintra. Na Culturgest o Teatro Praga encena “Agatha Christie”, uma criação colectiva.No palco grande apresentam-se a Comuna com “A Cabra ou quem é Sílvia”, de Edward Albee e o Teatro dos Aloés com “Os guardas do museu de Bagdad”, de José Peixoto.

A estreia absoluta em Portugal do Odéon-Théâtre de l’Europe, um dos cinco teatros nacionais de França, e uma das principais companhias europeias, marca a edição de 2005 do Festival de Almada. O espectáculo “A rosa e o machado” subirá pela primeira vez aos palcos nacionais no próximo dia 12, no Teatro da Trindade, em Lisboa.

Tendo à frente um dos maiores nomes do teatro europeu, Georges Lavaudant, o Odéon é uma das mais antigas instituições teatrais francesas, tendo sido inaugurado ainda antes da Revolução, em 1782.

A apresentação da Companhia de Philippe Genty é outro dos grandes acontecimentos da programação de 2005. Conhecido em todo o Mundo como um dos maiores criadores de teatro de marionetas, que lhe serviu de ponto de partida para a concepção de espectáculos de difícil classificação, explorando um universo visual e poético inimitável, Philippe Genty traz a Portugal, dia 9, no CCB, o espectáculo “Linha de fuga” (Ligne de fuite).

A destacar ainda, no âmbito das companhias estrangeiras, a presença do canadiano de Montreal Denis Marleau e o seu grupo UBU-Compagnie de Création que inicia, dia 7, no Teatro da Trindade, a digressão europeia do seu último espectáculo, “Estávamos sentados na margem do mundo” (Nous étions assis sur le rivage du Monde”).

Ana Vitória
in Jornal de Notícias, 3 jul 2005

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