Homenagem a Rui Mendes

Decorreu ontem à noite a homenagem do 37.º Festival de Almada a Rui Mendes, na qual participaram Rodrigo Francisco, director artístico do Festival; Inês de Medeiros, Presidente da Câmara Municipal de Almada; a actriz Beatriz Batarda; e a professora Eugénia Vasques. Na plateia encontravam-se diversas personalidades que quiseram associar-se a esta homenagem, como Catarina Vaz Pinto, Jerónimo de Sousa e João Lourenço.

Na intervenção inicial, Rodrigo Francisco citou três expressões retiradas dos depoimentos de 27 pessoas a quem o Festival de Almada pedira que retratassem Rui Mendes: “Um professor e um mestre”, “Um lutador anti-fascista”, “Um actor que já não há”. No final da sua intervenção entregou a Rui Mendes uma estatueta representando D. Quixote, da autoria do artista plástico Jorge dos Reis.

Beatriz Batarda realçou o olhar doce e sorridente de Rui Mendes, revelando que “tive pena de não ser tua aluna”.

Eugénia Vasques apontou o “actor activista”, “o verdadeiro profissional”, “o construtor civil de utopias”, sublinhando ainda que “Rui Mendes escreve muito bem”, e acabando por ler um excerto de um texto escrito em 1972, no qual o actor explicava as razões da sua recusa de um prémio atribuído pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo.

Inês de Medeiros referiu a honra e o orgulho em homenagear o Actor, mas também o Homem com convicções políticas, sociais e humanistas. A Presidente da CMA acrescentou que Rui Mendes é o seu “padrinho de cena”: o actor que lhe deu a primeira deixa, no filme A culpa, em 1980.

No final Rui Mendes agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas, e perguntou: “Será que neste Mundo podíamos prescindir do teatro?”. Respondeu citando Tchecov: “Meus senhores, vejam como vivem mal, vejam”. O homenageado terminou a sua intervenção evocando aqueles que já cá não estão: António Assunção e Joaquim Benite. Seguiu-se um longo e emocionado aplauso.

in 37.ºFA 12 Jul 2020

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