Hoje a biologia já não é segurança nenhuma

No sábado, dia 4 de Fevereiro, vamos ter como convidados das Conversas com o Público, Miguel Serras Pereira e Pedro Santa Maria de Abreu, que vão debater os Legados do Siglo de Oro. A Conversa como habitualmente decorrerá às 18h, no foyer do TMJB, e terá a moderação de José Mário Silva.

No sábado passado conversou-se sobre O amor exacerbado à luz do século XXI, com o filósofo Nuno Nabais, e com a psicanalista Manuela Harthley, e falou-se muito sobre filosofia e psicanálise.

Manuela Harthley referiu que “o primeiro objecto de paixão é o momento do nascimento” porque é quando dois são um. Também referiu que “as paixões perduram no nosso imaginário porque eles morrem jovens e bonitos”, referindo-se não só a Inês de Castro mas também a Romeu e Julieta ou a Tristão e Isolda, entre outros.

Nuno Nabais por seu lado disse que “não há nenhuma relação entre duas pessoas que não inclua um terceiro excluído”. Também explicou que “o amor exacerbado na Grécia tem origem no ritualismo erótico das mulheres”. “No século XIX o terceiro excluído do amor romântico é a prostituta”. Continuou: “hoje a questão do transgénero é fundamental. E o Viagra é uma questão do século XXI” José Mário Silva atalhou: “No século XXI este amor de Pedro e Inês é um entre muitos amores possíveis”. Nuno Nabais ainda acrescentou que no nosso século “o amor excessivo é o amor entre dois transgéneros. O amor excessivo é quando entro no território do interdito”.

A conversa continuou animada e bastante participada por parte do público.

A próxima Conversa, no dia 4 de Fevereiro, dedicada ao tema Legados do Siglo de Oro, terá como convidados de José Mário Silva o tradutor, poeta e crítico literário, Miguel Serras Pereira, e o professor universitário Pedro Santa Maria de Abreu.

Consulte aqui o programa completo das Conversas com o Público, a propósito do espectáculo Reinar depois de morrer, de Luis Vèlez de Guevara, com encenação de Ignacio García, que se manterá em cena até dia 12 de Fevereiro.

Miguel Serras Pereira (Porto, 1949). Passou a infância e fez a escola primária em Abrantes, tendo continuado os estudos em Lisboa. Em 1968-1969 fez parte da direcção da Pró-Associação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Licenciado em História e tradutor de profissão (Grande Prémio de Tradução da Associação Portuguesa de Tradutores e do Pen Club em 1989 e em 2005), tem uma vasta intervenção crítica e ensaística dispersa. Nesse âmbito publicou Outra Coisa. Poesia, Psicanálise e Política, 1983; Da Língua de Ninguém à Praça da Palavra, 1998; O Poema em Branco, 1999, e Exercícios de Cidadania, 1999. Os seus principais livros de poemas são Corça, 1982; Todo o Ano, 1990; Trinta Embarcações para Regressar Devagar, 1993; O Mar a Bordo do Último Navio, 1998, e À Tona do Vazio & Reprise. Cinquenta Anos de Poesia de Miguel Serras Pereira, 1969-2019, 2020

Pedro Santa María de Abreu é docente, de Literaturas, Culturas e Tradução, na área de Estudos Hispânicos. É doutorado em Estudos Literários Comparados (sobre o grotesco literário em Ramón del Valle-Inclán e A. L. Antunes). Leccionou em instituições, como a Universidade de Lisboa e o Instituto Cervantes. Em 2020, a Società Editrice Fiorentina publicou a sua tradução do português para o espanhol da peça teatral Dulcineia ou a Última Aventura de Dom Quixote, de Carlos Selvagem (dentro do programa europeu «Recreaciones Quijotescas en Europa»). É investigador integrado no Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona.

in CTA 29 Jan 2023

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