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Cristiana Reis, Edgar Ascensão e David Alves in SicNotícias 11 Julho 2024 | notícia online
Um cartaz feito em 1972 para a peça “A Casa de Bernarda Alba”, levada a cena pelo Teatro Experimental do Porto, causou polémica. Os exemplares foram arrancados por um grupo de católicas extremistas, de toda a cidade. Este é um dos exemplos do que se pode ver na exposição que está, até ao dia 18 de julho, no Festival de Teatro de Almada.
Em entrevista à SIC, o curador e diretor do Museu do Teatro e da Dança explica que “é uma exposição que vai contar o que foi a revolução no teatro. Ou seja, como é que a arte teatral encarou as novas liberdades e como foi incorporando toda uma realidade que se transformava no país e como é que ela foi colocando essa realidade em palco”.
As peças censuradas pelo regime mostram como fazer teatro era uma forma de lutar pela liberdade. Uma história contada por ordem cronológica e a partir do trabalho de 10 companhias formadas perto da Revolução dos Cravos.
“Conseguimos aqui ter um panorama um bocadinho mais claro daquilo que foi a importância do teatro, não só na exposição dos ideais de abril.. mas também numa construção e numa unidade do país, em função dessas novas liberdades, desses novos ideais”, completa o curador.
“Liberdade! Liberdade” vai buscar o nome ao espetáculo que estreou em Lisboa em agosto de 1974. Adaptado de um original brasileiro, foi trazido para Portugal por Raul Solnado. O Festival de Teatro de Almada recebe a exposição até dia 18 de julho. Depois vai ser mostrada pelo país. Uma revolução no teatro que tem o apoio da Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de abril.