HIPÓLITO

Texto de Eurípides | encenação de Rogério de Carvalho

COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA

Ocasto Hipólito é devoto da deusa da caça, Ártemis, o que provoca a ira de Afrodite, deusa do amor. Esta, para se vingar, faz com que Fedra, esposa do seu pai, Teseu, se apaixone pelo enteado. Fedra ama o em segredo, sem poder sequer tocar-lhe. Até que a sua Ama revela a paixão proibida, desencadeando uma série de acontecimentos trágicos. Hipólito recusa-se a ceder perante o amor de Fedra. Rejeitada, ela suicida-se, deixando uma mensagem a Teseu na qual acusa falsamente Hipólito de violá-la. Furioso, Teseu pede a Neptuno que vingue esta morte. Teseu expulsa o filho de casa e condena-o ao exílio. Hipólito acaba por ter um acidente na sua carruagem e morrer. Enquanto Hipólito morre, ouve-se a voz de Ártemis, que revela a verdade a Teseu. Mas este já nada pode fazer.

O desejo amoroso de uma madrasta pelo seu enteado continua a ser um tema polémico hoje em dia, tal como era no tempo em que Eurípides escreveu Hipólito. A peça aborda ainda outros temas, como a posição social da mulher, a acção humana diante do divino, a inocência, a arrogância e a injustiça. No entanto, de acordo com Fernando Zorrer, “em nenhum momento o tragediógrafo assume uma posição moralista, preferindo contrapor diferentes pontos de vista. (…) Eurípides questiona-nos sobre se Fedra será a responsável pelo desenlace trágico: não serão antes os deuses, ou próprio Hipólito, ou até Teseu, os culpados?”.

Eurípides (484-406 a. C.) foi o último dos três grandes autores trágicos da Atenas clássica – os outros foram Ésquilo e Sófocles. Estima-se que tenha escrito 95 peças, das quais 17 chegaram até nós. As mais célebres são: Alcestes, Medeia, Hipólito, Troianas, Andrómaca, Ifigénia em Áulida e Ifigénia em Táurida.


Nós distinguimos perfeitamente onde está o bem, mas não nos esforçamos por o cumprir. Vou traçar-vos o percurso do meu espírito. O amor feriu-me, e eu perguntei-me como poderia suportá-lo com honra. Comecei por calar e esconder a doença. Depois, decidi resistir ao delírio da minha paixão, vencendo-a por um esforço de reflexão sensata. Por último, não conseguindo dominar Cípris, resolvi morrer: a melhor das decisões.

Fala de Fedra, Episódio I

04 a 20 FEVEREIRO 2022 | SALA PRINCIPAL

qui a sáb às 21h
qua e dom às 16h

Duração aprox.: 90min. | M/12

Tradução Fernando Zorrer
Cenografia José Manuel Castanheira
Figurinos Mariana Sá Nogueira
Luz Guilherme Frazão
Som Daniel Mendrico
Interpretação Carolina Dominguez, Cláudio da Silva, Elsa Valentim, Joana Francampos, Marques D’Arede, Miguel Eloy, Pedro Fiuza, Sofia Correia, Teresa Gafeira
Voz e elocução Luís Madureira
Assistência de encenação Carolina Dominguez

apoios União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, Junta de Freguesias de Laranjeiro e Feijó

RDP - Antena 2


Conversas com o público com José Pedro Serra

29 Janeiro | 05 Fevereiro | 12 Fevereiro | 19 Fevereiro
sábados às 18h00 – Foyer do TMJB

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