EM CASA DO MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS

exposição de Carlota Mantero

17 JANEIRO a 31 MARÇO, 2015 | GALERIA

Num primeiro relance, somos tentados a olhar para estas fotografias como recriações de paisagens atmosféricas – céus pesados de nuvens, desenhando abstracções no espaço. Em alguns casos, as imagens sugerem a existência de um limbo entre o céu e a terra, territórios sobrepostos que se diferenciam apenas pela densidade e grau da turbulência atmosférica. Mas elas são também o resultado visível de um aturado caminho de aprendizagem e aperfeiçoamento interiores, de que cada imagem é o espelho possível. São, à sua maneira, exercícios espirituais. Gostaria de enfatizar dois aspectos: a interioridade dos ambientes atmosféricos, diáfanos, escatológicos retratados e a utilização das técnicas da fotografia digital como meio para alcançar uma qualidade plástica em tudo diferente da função representativa que é comum associarmos à fotografia. O que vemos são fotografias, mas também são pintura, desenho… Ou, citando Rui Chafes, no seu livro Entre o céu e a terra: “Não é a escultura, o desenho, a pintura, a fotografia… É a alma. A arte é o duro trabalho da nossa alma”.
José Sousa Machado

Carlota Mantero frequentou o curso de fotografia da Ar.Co. Participou em várias exposições individuais e colectivas de fotografia, entre as quais se destaca Atrás-dos-Montes, realizada em 1998 para os Encontros de Fotografia de Braga. Foi fotógrafa residente na revista Artes & Leilões (1994-96) e na revista Arte Ibérica (1996-2000), que fundou. No quadro da sua colaboração com esta última publicação, assumiu também a direcção artística e as funções de coordenadora de imagem, tal como na Agenda Cultural da Câmara Municipal de Lisboa. Posteriormente dirigiu a revista Aprender a olhar (2002-2004) e foi responsável pela publicação de Evangelhos comentados.

Qui a Sáb das 19h00 às 21h30 | Dom das 15h00 às 19h30
GALERIA | M/6 | Em dias de espectáculo a galeria está aberta a partir das 19h00


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