É SOBRE MOTIVAÇÃO. . .

Bernardo Chatillon

28 FEVEREIRO, 2013 | SALA EXPERIMENTAL

É SOBRE MOTIVAÇÃO. LACA PARA CABELO. NOVA GERAÇÃO ACTOR DO SEC XXI MUITO DISCURSSO MUITO ERRO ASSUMIDO A MINHA AVÓ O PAPA E O LUIS ESTEVES CARDOSO E TODOS OS INTELECTUAIS NO MESMO LUGAR
Bernardo Chatillon

A minha proposta é contar uma história sobre um sentimento que me acompanha há muito tempo é uma espécie de desarrumação, apatia, desânimo, tudo se arrasta dentro de mim, é sobre uma vontade que não se activa na pratica e que não nasce no plano das acções que não se concretiza e por estas razões sinto o meu corpo a implodir e fico tão cansado que dedico-me à leitura de livros de auto-ajuda. Numa bela tarde estiquei o braço e sem perceber comecei a ler o clássico Hamlet, o príncipe da Dinamarca, senti um desvio na minha proposta mas não o entendi. Depois de terminar esta nova leitura revi o jogo de futebol Portugal X Dinamarca. Comecei a escrever cartas com tarefas de mim para mim, voltei a ler A Vida Sexual de Catherine M, escrevi algumas histórias sobre a minha adolescência, pesquisei textos com abordagem à partitura coreográfica, inscrevi o meu filho Tomé nos escuteiros e fiquei a saber que o nome dele agora é Morcego, discuti com a minha namorada e voltei a amá-la, aprendi uma sequência milagrosa que me vai ajudar a perder a gordura, encontrei o meu padrinho com os meus companheiros do Nacional durante os ensaios da Arca De Trancoso, comi puré de batata feito pelo Tiago, ouvi Prince, falei com o Max, a Joana, a Daniela, o Rui, a Marcia, o Francisco, o Ibon, a Lú, espalhei tudo na sala afagada e ri-me com a paz que sentia ao ver que o desvio era o meu campo de pesquisa.

O pai e o filho, um e o outro sabem. Esta comunidade é precisamente a mola que dificulta a assumpção por Hamlet do seu próprio acto. Quais são as vias pelas quais poderá chegar ao seu acto, cumprir o que deve ser cumprido? Que desvios tornaram possiveis este acto, impossivel em si, porquanto o Outro sabe? É este desvio, são estas vias que devem constituir o objecto do nosso interesse, são elas que vão instruir-nos. Eis o verdadeiro problema que importava hoje introduzir.”
Jacques Lacan

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA
Texto, Criação e Interpretação
Bernardo Chatillon

Bernardo Chatillon nasceu em 1982. Entre 2002 e 2005 frequentou a Escola Profissional de Artes e Oficios do Espectaculo (Chapitô). Estreou-se profissionalmente como actor em 2005, na peça A Mata, produzida pelos Artistas Unidos. Entre 2006 e 2009 frequentou o C.E.M. – Centro em Movimento, e integrou a F.I.A. (Formação Intensiva), dedicando-se a várias práticas e participando em vários projectos com Sofia Neuparth, Peter Michael Dietz, Ainhoa Vidal, Mariana Lemos, Carlos Zingaro, Vitor Rua, Thierry Simões, etc.. Em 2006 apresentou o seu primeiro solo, São Ualocin, no Festival Urbano Pedras d´água. Em 2007 trabalhou como actor na Karnart, para o espectáculo Visões Sobre Cemiterio de Pianos, encenado por Luis Castro. Em 2008 apresentou no I.F.P. (Institut Français du Portugal) o solo Conjugar, com a colaboração de Daniel Fernandes, João Farelo e Sofia Neuparth. Entre 2009 e 2012 frequentou a Escola Superior de Teatro e Cinema. Em 2010 participou no espectáculo Esta Vida não é Tua, escrito por Miguel Castro Caldas e encenado por André Teodósio. Em 2011 participou no espectáculo Antes Que Tudo Acabe, encenado por Tiago Vieira. Em 2012 colaborou com Francisco Salgado na criação de Montra, um espectáculo de teatro para duas pessoas. É pai desde 2005. Actualmente, trabalha como actor no Teatro Nacional D. Maria II e colabora em vários projectos artísticos independentes. Em 2012 juntou-se com mais três artistas e criou a Empresa de Limpeza.

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