DOIS HOMENS

Apartir de diversos textos de Franz Kafka, a peça de José Maria Vieira Mendes — estreada em 1998 pelos Artistas Unidos — apresenta-nos um homem fechado no seu escritório, submergido nos seus papéis. Arrumar é, para ele, uma acção concreta, quase uma prova de vida que esconjure a sua existência de condenado. Mas, quem é este homem? K.? E quem é K.? Um homem no seu labirinto, um funcionário que “se faz centro de diversas narrativas, quase todas elas incompletas”. Como nós! Não. K.! Mas quem é K.?
Carlos Pimenta

José Maria Vieira Mendes (Lisboa, 1976) é um dos jovens dramaturgos portugueses mais representados na actualidade. Frequentou, em 2000, a International Residency do Royal Court Theatre de Londres e em 2005 esteve em Berlim com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Escreveu Dois homens (apresentado no Festival de Almada em 1999), Morrer, Crime e castigo, Lá ao fundo o rio, Chão e T1. Traduziu, entre outras, À espera de Godot, de Samuel Beckett, três peças curtas de Duncan McLean (com Clara Riso), Vai vir alguém, de Jon Fosse (com Solveig Nordlund), Comemoração, de Harold Pinter, Filoctetes, de Heiner Müller, e Sangue no pescoço do gato, de Rainer Fassbinder. Algumas das suas peças foram já traduzidas para inglês, francês, italiano, espanhol, polaco, norueguês, eslovaco, sueco e alemão, com produções na Alemanha e na Suécia. A sua obra tem sido distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva 2006, pela peça A minha mulher. Na sequência da estreia de Dois homens, o TMA inaugura uma exposição de João Ribeiro inspirada em Kafka (ver página 52).

Intérprete Ivo Alexandre
Cenário João Ribeiro
Luz José Carlos Nascimento

14 MARÇO a 05 ABRIL, 2009 | SALA EXPERIMENTAL
produção da COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA