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As memórias da auto-estrada são geralmente do que está nas suas margens ou a sucessão de saídas para os destinos pretendidos. Ao aborrecimento do pavimento negro e contínuo opõe-se, nas margens e para além delas, uma paisagem em mutação cheia de acontecimentos. A auto-estrada revela-se um canal neutro que se redime apenas no que permite vislumbrar ou alcançar para além dos rails de protecção, no que acompanha a progressão do movimento ou no que se vê aproximar para a seguir desaparecer. Tomando como ponto de partida um conjunto de desenhos realizados nos últimos três anos durante as minhas viagens em auto-estrada, procuro entender a possibilidade de a pintura poder incorporar esses registos gráficos. A exposição corresponde a um primeiro bloco de trabalhos que se inserem num projecto de investigação teórico-prático de doutoramento em desenho.
Jorge Leal

Jorge Leal (n. 1975) nasceu e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em arquitectura na Universidade de Coimbra, fez estudos de pintura e desenho no Ar.Co., em Lisboa, e é doutorando na FBAUL. Expôs individualmente pela primeira vez na galeria Alvarez, no Porto, em 1997. Das diversas exposições a nível individual que realizou, destacam-se Autobahn (Quarteirão das Artes, Montemor- o-Velho, 2006); La boca plena de pols (Distrito Quinto, Barcelona, 2007) e Matias (Vanity Land, Caldas da Rainha, 2007); Call center (Galeria Sopro, Lisboa, 2008); Sachsenhausen, um domingo (Sala do Cinzeiro 8, Curadoria de João Pinharanda, Museu da Electricidade, Lisboa, 2010); Jumpstart (Galeria Má Arte, Aveiro, 2011); Turma (Fábrica da Pólvora de Barcarena, Oeiras, 2012); e O último sono (Fábrica do Braço de Prata, Lisboa, 2013).

GALERIA DO TEATRO | 18 JANEIRO a 23 MARÇO
ARTES PLÁSTICAS pintura | M/6 | Em dias de espectáculo a galeria está aberta até às 22h00