…DES…CONEXÕES…

(com transmissão online do evento Tate Live: Performance Room) Sophia Ribeiro

26 ABRIL, 2012 | SALA EXPERIMENTAL

andar… cumprimentar… des… onexões alberga, reflete, questiona, p(r)(e)o(duz) movimentos, pensamentos, sentimentos, silêncios, turbulências, c-almas, desejos, expressões do eu-coletivo…. des…conexões re-corta, re-cria, re-nasce …des…conexões fe-menina(s) …des…conexões poéticas, fortes, frágeis …des…conexões… fe-male, com raíz autobiográfica de mu-dança, mu-dar, estar, ”pensar, jejuar, escutar” 1 …des…conexões de foto-grafias – dra-wings – st-arts; memórias de movimentos diá-rios …des…conexões de responsabilidades, leituras, desejos …des…conexões para des-codificar. des-embrulhar. soletrar. encontrar. decifrar e des-embaciar des-entendimentos …desconexões pergunta o que acontece, o que observamos, o que des-aprendemos cada vez que nos expressamos de formas in-esperadas e quanto é que construímos nossos percursos diários a partir de auto-iniciativas … des… conexões… com-partilha uma outra fase de pensamento.pesquisa.processo.performance; uma das im-possibilidades de cultivar novos territórios e diálogos e potênciais a serem provocados, expostos e transformados …des…conexões… uma in-finita sugestão de des-conectar espaços, espalhar e colher sementes de comunicação, curiosidade, conhecimento, humor, des-envolvimento, troca e diversidade …des…conexões … des-ligadas de pensamentos e obras de Lygia Clark, Suely Rolnik, Lia Rodrigues, Helena de Almeida, Lurdes Castro, Edith S. Ambühl, Dorothee Richter, Annemarie Schwarzenbach, Louise Bourgeois, Valie Export, Helen Mirra…

…des…conexões… com:
”Quanto mais fundamente penso, mais
Profundamente me descompreendo.
O saber é a inconsciência de ignorar,

Quanto mais fundamente penso, sim,
Mais fundamente me sinto ignorar,
Mais fundamente sinto alguma coisa
Além do que profundamente penso.
E é isto que dizer me faz: eu penso
Profundamente.” 2

”o que é deixado de fora pode ser tão significativo quanto o que é deixado dentro. Eu gosto de dar uma quantidade de informação que não asfixia a peça. Quando eu falho, eu retiro demasiado. Quando eu consigo, existe apenas o suficiente para ativar a mente, mas não o suficiente para provocar completude.” 3

” o individuo é como um trabalho em processo , ao mesmo tempo estável, fraturado, e múltiplo, parece, ser nada mais do que nos proporcionar maior flexibilidade para lidar com a composição de exigências da vida moderna. O ‘self’ é organizado no princípio de diferença, em vez de igualdade. O ‘self’ é uma impressão, ou melhor ainda é uma série de impressões móveis desconectadas, que são compostas, arranjadas e articuladas por hábitos mentais. O ‘self’, então, não é simplesmente uma ideia, é um paradoxo. A sua característica distintiva não é a sua continuidade, mas a sua descontinuidade funcional, sendo, como é, um sistema de imagens ou impressões, em movimento perceptual, “um pacote ou coleção, de diferentes percepções, que se sucedem com uma rapidez
inconcebível, e estão em perpétuo fluxo e movimento.” 4

1 Hermann Hesse, ”Siddhartha”. Lisboa: Editorial Minerva, 1982, p. 67.
2 Fernando Pessoa, Quanto mais fundamente penso, mais, 1952. Arquivo Pessoa.
https://arquivopessoa.net/textos/570. [Acedido 6 Fevereiro 2012] 3 John Baldessari, ”Pure Beauty”, exposição no Metropolitan Museum of Art Nova Iorque 2010/11, citação presente no texto da sala, extraída pela curadora Marla Prather, de Coosje van Bruggen, ”John Baldessari”. Nova Iorque: Rizzoli, 1990, p.163
4 Davide Panagia, ”Inconsistêncies of Character: David Hume on Sympathy, Intensity and Artífice, em Deleuze Connections. Deleuze and Philosophy”, por Constantin V. Boundas [Ed.], 2006, p.88

FICHA TÉCNICA:
Conceito, criação, performance Sophia Ribeiro
Em colaboração com Ana Ribeiro, Júlia Ribeiro
Coaching Rita Mendes

26 ABRIL, 2012 | SALA EXPERIMENTAL

mostrar mais
Back to top button