Companhia de Teatro de Almada estreia “Schweik na 2.ª Guerra Mundial”

Um soldado raso que fala das peripécias vividas na guerra é o ponto de partida para a nova peça da companhia. O texto é irónico e desconcertante.

in Semmais 20 Outubro 2023 | notícia online

Com um texto “profundamente” cómico, irónico e desconcertante, a peça “Schweik na 2.ª Guerra Mundial”, de Bertolt Brecht, que a Companhia de Teatro de Almada estreia esta sexta-feira à noite, no Teatro Joaquim Benite, em Almada, propõe-nos ouvir as histórias sobre a guerra do soldado raso Schweik. “Essa célebre personagem cómica, criada pelo escritor checo Jaroslav Hasek, nos anos 20 do século passado, fala-nos, também, da vida das casernas e dos subterfúgios para sobreviver quando tudo arde. E também do poder corrosivo que a oposição passiva e o humor podem ter face à tirania. O texto encaminha-nos, por vezes, ao ‘nonsense’”, desvenda ao Semmais o diretor do CTA, Rodrigo Francisco, que recorda que em abril de 1994 a sua companhia já havia estreado “O Valente soldado Schveik”, numa adaptação e encenação de Jorge Listopad, protagonizada “brilhantemente” por António Assunção.

A peça conta com encenação de Nuno Carinhas, um dos “mais prestigiados” encenadores portugueses, que trabalha há vários anos com a CTA. O próprio assina, também, os figurinos e a cenografia do espetáculo. “A prestação de Nuno Carinhas assegura, à partida, uma coerência absoluta, marcada pelo bom gosto que habitualmente caracteriza as suas criações”, sublinha o diretor.

Ivo Alexandre, que recentemente recebeu, “justamente”, um Globo de Ouro, pela sua interpretação em “O Misantropo”, e que colabora com a CTA há mais de dez anos, é o ator escolhido para vestir a pele do soldado ingénuo, otimista e humorístico Scheweik. “É um ator de talento reconhecido, com uma grande capacidade de trabalho e um verdadeiro amor pelo teatro. Há muito tempo que o seu talento era uma garantia absoluta”, opina Rodrigo Francisco.

A música é da autoria de Hanns Eisler, que será interpretada ao vivo por cinco músicos, no palco do Joaquim Benite, com direção musical de Jeff Cohen. Serão ouvidos temas originais, com arranjos de Jeff Cohen, para um conjunto de piano, percussão, clarinete, acordeão e trombone.

No que diz respeito à adaptação, Rodrigo Francisco refere que “apenas nos limitámos a escolher o tradutor António Sousa Ribeiro, que colabora habitualmente com Nuno Carinhas e com a CTA, e que nesta peça realizou um trabalho de grande elegância ao nível da linguagem, apesar de se tratar, na maioria, de personagens bastante populares”.

mostrar mais
Back to top button