Cartaz com 21 produções e 108 sessões

Festival de Almada de 2 a 25 de Julho

in Setúbal Mais, 24 Junho 2021

Vinte e uma produções, num total de 108 sessões, compõem a programação da 38.a edição do Festival de Almada, a decorrer de 2 a 25 de Julho, no ano em que a companhia anfitriã assinala meio século de existência, em sete teatros de Almada e Lisboa: Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense, Teatro-Estúdio António Assunção (Almada) e Centro Cultural de Belém e Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa).

O evento que foi apresentado por Rodrigo Francisco, director da Companhia de Teatro de Almada (CTA), anfitriã do festival, numa cerimónia realizada a 18 de Junho, no Teatro Municipal Joaquim Benite, conta com um orçamento de 626 mil euros, num financiamento praticamente tripartido entre o Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Almada e a própria companhia.

“Festejamos os 50 anos e acertamos o passo com aquela que é uma das nossas características, que é a programação internacional. Este ano, praticamente, 50 por cento dos espectáculos vêm de fora”, sublinhou Rodrigo Francisco, acrescentando que este ano, não haverá homenagem a nenhuma personalidade do teatro, devido à pandemia, mas “regressará na edição de 2022”, nem um tema específico, embora conte com alguns espectáculos subordinados ao tema África e ao passado colonial que alguns países têm com este continente.

Esta edição do festival abre com a primeira de duas estreias da CTA – “Hipólito”, de Eurípides, numa encenação de Rogério de Carvalho, que subirá a palco, a 2 de Julho, no Teatro Joaquim Benite.

“Amizade”, de Eduardo De Filippo e Pier Paolo Pasolini, uma encenação de Irène Bonnaud; “História de violência” do autor francês Édouard Louis, sobre a violação de que foi alvo, numa encenação de Ivica Buljan, outro regresso ao festival; “Aurora Negra”, de Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema; a estreia de “Duas personagens”, uma obra tardia de Tennessee Williams, com encenação de Carla Galvão e Sara de Castro, contam-se entre as propostas de sala desta edição do festival. “Quem matou o meu pai” é o segundo texto de Édouard Louis representado no festival. A peça é encenada pelo belga Ivo Van Hove que, segundo Rodrigo Francisco, é “um dos encenadores mais conceituados da actualidade”.

“Terras do Sul”, uma criação de teatro documental da basca Laida Azkona Goñi e do chileno Txalo Tolosa-Fernández, sobre a barbárie das novas formas de colonialismo na Patagónia, “Omma”, a nova criação de Josef Nadj, “Corpo suspenso”, uma criação e interpretação de Patrícia Couveiro e Rita Neves sobre “o que ficou no corpo do pai de Rita Neves das memórias da Guerra Colonial”, são outras das propostas do festival.

Um dos pontos altos do certame ocorre a 10 e 11 de julho quando, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, a actriz Mónica Bellucci se estrear em teatro a representar “Maria Calas – Letras e memórias”. Dirigida por Tom Volf, reconhecido especialista na vida e obra da que é considerada a maior cantora lírica de todos os tempos, o espectáculo consiste na adaptação para palco de uma investigação realizada ao longo de sete anos pelo fotógrafo e realizador de cinema Tom Volf.

A peça “Um gajo nunca mais é a mesma coisa”, com texto e encenação de Rodrigo Francisco, numa coprodução CTA e ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, é a segunda estreia da companhia anfitriã, nesta edição do festival.

“A lua vem da Ásia”, uma encenação e interpretação do actor brasileiro Chico Diaz, que se estreia no festival, do romance homónimo de autor surrealista brasileiro Walter Campos de Carvalho (1916-1998), e “Fake”, de Miguel Fragata e Inês Barahona, também estão na programação.

“O canto do cisne”, de Clara Andermatt, e “Planeta dança – capítulo 4”, pela Companhia Nacional de Bailado, são os espectáculos de dança a apresentar no certame.

“Discurso sobre o filho-da-puta”, a partir do texto homónimo de Alberto Pimenta, numa criação e direcção de Fernando Mora Ramos e do compositor Miguel Azguime, “Molly Bloom”, uma encenação de Viviane de Muynck e Jan Lauwers, a partir do último capítulo do livro “Ulisses”, de James Joyce, e um espectáculo que tenta repor a verdade da história pessoal do dançarino de flamenco, são outras das propostas do programa.

“Viagem a Portugal”, pelo Teatro do Vestido, está também na programação, que encerra com “Lorenzaccio”, uma encenação de Rogério de Carvalho para o teatro do Bolhão, da obra homónima de Alfred de Musset.

Os encontros da Cerca, colóquios na esplanada com os criadores portugueses e estrangeiros das criações apresentadas no Festival, a iniciativa Sentido dos Mestres, o lançamento do sétimo volume do livro da colecção “O Sentido dos Mestres” (“A dança como arma”, de Madalena Victorino), e uma exposição do artista plástico e cenógrafo José Manuel Castanheira sobre os 50 anos da Companhia de Teatro de Almada, e outra mostra do artista plástico inglês Thomas Langley, autor da imagem desta edição do festival, completam a programação. DR TEATRO – Almada recebe mais uma edição do festival cada vez mais internacional

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