BATE-FADO

Os historiadores estão de acordo quanto às origens do fado remontarem ao Brasil do século XVII enquanto dança afro-brasileira entrançada com o fandango ibérico. Posteriormente, o fado e as suas danças desenvolveram-se em Lisboa, sempre em processo de mescla, inseridas num contexto multicultural tão característico das cidades portuárias. A vertente da dança do fado que gozou de maior expressão na capital portuguesa foi o Fado Batido. O acto de bater o fado era essencialmente apoiado num sapateado virtuoso que dialogava ritmicamente com o instrumental e a voz, emanando um certo erotismo. Esta peça de dança/concerto de Jonas&Lander parte de um processo da reinterpretação e livre restauro do Fado Batido. Os artistas preenchem as lacunas de informação sobre o Fado Batido com o seu imaginário coreográfico em diálogo directo com danças folclóricas portuguesas e afro-brasileiras. Bate-fado foi considerado pelo Expresso Melhor Espectáculo de Dança de 2021.

A dupla Jonas&Lander cria, desde 2013, obras performativas híbridas, entre a dança e a música. Em 2015 fundaram a Sinistra Associação Cultural, uma estrutura sediada numa casa no centro da vila de Sintra que promovia eventos de fado com regularidade semanal.
Jonas desenvolve em paralelo ao seu trajecto na dança contemporânea uma carreira como cantautor e fadista profissional iniciada em 2006. Por sua vez, Lander afirma-se também como um multi-instrumentista autodidacta, com forte interesse pela polirritmia e com enfoque na mescla entre o território gestual e o território rítmico. No seu curto trajecto, Jonas&Lander contam já com um variado leque de peças de autor como Matilda Carlota (2014), Arrastão (2015), Adorabilis (2017), Lento e largo (2019) e Coin Operated (2019).

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17 DEZEMBRO, 2022 | SALA PRINCIPAL

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