As Conversas com o Público regressam dia 15 de Março
Com a estreia de Uma barragem contra o pacífico, de Marguerite Duras regressam as Conversas com o Público, aos sábados, às 18h, no foyer do TMJB, moderadas por Joana Gorjão Henriques e Iolanda Évora
No século XX milhares de portugueses migraram para Angola e Moçambique para serem colonos. Mais tarde, outros milhares fizeram o movimento inverso. Como foi ser colono num sistema que usava o racismo para dominar? Como foi ser retornado num contexto em que Portugal celebrava a democracia e regressava às suas pequenas fronteiras? Que marcas e que lastro é que deixou? Quatro conversas para reflectir, durante a carreira de Uma barragem contra o Pacífico, de Marguerite Duras. A moderação destes encontros estará a cargo da jornalista do Público Joana Gorjão Henriques, e de Iolanda Évora, psicóloga social e investigadora do CEsA, ISEG.
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15 MARÇO
O historiador David Luna de Carvalho e o antropólogo Max Ruben Ramos reflectem sobre a colonização, com angola em pano de fundo. Moderação: Joana Gorjão Henriques
Joana Gorjão Henriques, jornalista do Público, autora de Racismo em português – o lado esquecido do colonialismo; Racismo no país dos brancos costumes e Racismo em português II – Colonos, Retornados e a Revolução por cumprir, todos pela Tinta-da-china.
David Luna de Carvalho nasceu no Dundo, Lunda Norte, Angola, em 1957. Foi professor do 2.º Ciclo do Ensino Básico desde 1982, ano em que se licenciou em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, até 2023, ano em que se aposentou. Em 1998 terminou o Mestrado em História Contemporânea pelo ISCTE, com a dissertação Os Alevantes da Memória, Resistências Populares à Política Religiosa da 1.ª República no Concelho de Nordeste da Ilha de S. Miguel – 1911, e em 2007 fez o doutoramento em História Moderna e contemporânea, com a dissertação Os Levantes da República (Resistência à Laicização e Movimentos Populares de Repertório Tradicional na 1a República (Continente, Açores e Madeira, 1910-1917, que viria a publicar nas Edições Afrontamento. Tendo sido membro investigador do Departamento Autónomo de História do ISCTE, tendo-o representado na Comissão Científica para as comemorações do Centenário da República, a partir de 2008, passou em 2015 a sê-lo do Instituto de História Contemporânea da U.N.L. Tem vários livros, artigos publicados em livros e revistas de História.
Max Ruben Ramos é licenciado em antropologia pela Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, mestre em antropologia social e cultural pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e doutorado em antropologia pela mesma instituição. No doutoramento realizou uma tese sobre o protestantismo nazareno cabo-verdiano, mobilidades e internacionalização dessa denominação religiosa a partir das ilhas de Cabo Verde. Antes disso, trabalhou sobre o papel de práticas musicais e da cultura expressiva na afirmação de identidades, cidadania, noções de pertença e no combate à violência racial e outras formas de opressão experienciadas por cabo-verdianos e os seus descendentes na área metropolitana de Lisboa. Trabalhou também em projectos de investigação ligados à antropologia do cristianismo e à antropologia da morte, mais concretamente sobre a concepção e gestão da morte pelos imigrantes cabo-verdianos em Portugal. Foi investigador de pós-doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, no âmbito de um projecto europeu sobre a islamofobia em Portugal. Foi também docente na Universidade de Cabo Verde e no ISCEE. Atualmente é investigador dos projectos Constelações de Memória: um estudo multidirecional da migração e memória pós-colonial (Universidade de Lisboa), e Filmes Populares na Diáspora: para uma nova cine-geografia da área metropolitana de Lisboa (Universidade Nova de Lisboa, FCSH-IHC).
in CTA 08 Mar 2025