Angola em peso no Festival de Almada 2003

A 20ª edição do Festival de Almada, que se realiza, como todos os anos, de 4 a 18 de Julho, em diferentes espaços de Almada e Lisboa, vai homenagear este ano o humorista português Raúl Solnado, soube o Jornal de Angola de fonte da organização.

Jornal de Angola in Jornal de Angola, 2 jul 2003

A 20ª edição do Festival de Almada, que se realiza, como todos os anos, de 4 a 18 de Julho, em diferentes espaços de Almada e Lisboa, vai homenagear este ano o humorista português Raúl Solnado, soube o Jornal de Angola de fonte da organização.
Segundo a fonte o actor Raúl Solnado foi distinguido pelo seu contributo à arte da comédia, de que é um dos mais notáveis representantes, mas também pela multifacetada carreira no teatro, cinema, rádio e televisão.
A organização do Festival de Almada inicia este ano um conjunto de ciclos dedicados aos Países de expressão lusófona com um painel de actividades dedicado a Angola em paz.
Do painel de actividades dedicado a Angola em paz consta a exibição do grupo de teatro Etu-Lene, de Luanda, do ballet tradicional Kilandukilu e do grupo musical Dikanza, bem como a realização de uma mesa-redonda sobre ficção e drama angolanos, de uma exposição de escultura de António Magina e outras actividades, como gastronomia e artesanato.
O referido ciclo inclui ainda a realização de um espectáculo da Comuna “Bão Preto”, de João Mota, protagonizado pelo actor angolano Miguel Sermão.
O ballet tradicional Kilandukilu – liderado por Pedro Vieira Dias Tomás em Lisboa – exibe dia 8 deste mês, na escola D. António da Costa – Palco Grande, em Almada, a dança tradicional “Muenhu Mu Sanzala”
(A Vida na Aldeia).
Esta dança, retrata o labor dos pescadores, das peixeiras, dos camponeses, das senhoras no rio recolhendo água em cabaças ou bacias, das crianças brincando, da confecção de alimentos para a festa… Na festa, que exalta a coragem dos caçadores, as donzelas dançam ao som do batuque que é interrompido com a chegada do contador de histórias – o sábio. De repente, surge o feiticeiro que mata o sábio por saber demais acerca dos membros da comunidade. Ouve-se o grito de uma mulher, assustada e ferida no mais fundo do seu coração apaixonado. E anuncia-se a morte do sábio. Danças e cânticos se seguem: são a narrativa de toda cerimónia fúnebre, incluindo o Coamba – Fim do Óbito.
O grupo Etu-lene, que deverá seguir viagem às ter-ras lusas apenas à próxima semana, apresenta no dia 15 a peça “Uiji-Uijia” (Quem busca feitiço que não se ar-rependa depois), original de Beto Cassua, que é também o encenador.
A peça relata as andanças de um jovem que “busca feitiço” para adquirir riqueza. Esta peça obteve em 2002 o Prémio Nacional de Cultura e Artes, de Angola, na categoria de arte e espectáculos, pelo “elevado mérito e qualidade da sua obra”.
O espectáculo da Comuna apresenta dia 18, último dia do festival, a obra “Bão Preto” de João Mota, na escola D. António da Costa – Palco Grande, em Almada.
“O Bão é uma personagem que acredita que do nada se pode sonhar e fazer o futuro; que temos de alimentar sempre a criança que habita em nós. Precisamos de auto-estima, de gostar de nós próprios para assim podermos estar com os outros. O crescimento, a Revolução começa em nós próprios. É urgente Acreditar e Transgredir.”
Este ciclo tem o apoio do Ministério da Cultura de Portugal, da Embaixada de Angola e da Câmara Municipal de Almada.
O Festival de Almada é possível graças ao apoio financeiro de um conjunto de entidades em que sobressaem o Ministério da Cultura, a Câmara Municipal de Almada, a Costa Azul – Região de Turismo de Setúbal e empresas como a Aroeira e Lemauto. Este ano as parcerias, já habituais com o Centro Cultural de Belém, o Teatro da Trindade e o Teatro Nacional D. Maria II, alargaram-se ao Teatro Maria Matos.
O Festival conta ainda com o apoio das Embaixadas de França, Canadá, República Checa, Angola, Instituto Italiano de Cultura, Institut Franco-Portugais, Instituto Cervantes e de muitas outras entidades.

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