ANA

de JOSÉ MARIA VIEIRA MENDES | encenação de JORGE SILVA MELO

26 NOVEMBRO a 13 DEZEMBRO, 2009 | SALA EXPERIMENTAL

Depois de, na temporada passada, termos podido assistir no Teatro Municipal de Almada a Dois homens – primeira peça de José Maria Vieira Mendes –, o encenador Jorge Silva Melo propõe-nos agora o mais recente texto do jovem dramaturgo português. Em Ana, Vieira Mendes fixa-se, uma vez mais – como em T 1, de 2003, ou A minha mulher, de 2007 – num ambiente fechado, vagamente familiar e prestes a explodir.

Um homem só não é ninguém. É preciso que alguém o chame.
Bertolt BrechtUm homem é um homem

Uma mulher, Ana, e um homem, Paulo, em casa, num dia de descanso. Ele, apesar de tudo, irrequieto, parece que assustado, não se sabe ao certo com o quê. Ela resolve fazer um chá que o acalme mas quando voltar a entrar encontrará já outro homem, um que vem de trás, de outro tempo. E o tempo, motor de Ana, continuará a baralhar à medida que formos avançando pelos três dias que fazem por estruturar uma narrativa que se estilhaça e abre. Para o final, uma mulher sozinha, chamando pelo seu próprio nome, à procura de alguém ao seu lado que justifique a existência.

José Maria Vieira Mendes (Lisboa, 1976) frequentou, em 2000, a International Residency do Royal Court Theatre, de Londres, e, em 2005, esteve em Berlim, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. É autor das peças Chão (2001), T1 (2003), Cena caganita (2005), Proposta concreta (2005), A minha mulher (2007), Duas páginas(2007), Intervalo (2008) e Onde vamos morar (2008). (Re)escreveu ainda Crime e castigo(1999, a partir de Dostoiévski), Dois homens (1998, a partir de Kafka), Morrer (2000, a partir de Arthur Schnitzler), Lá ao fundo o rio (2000, a partir de Dostoiévski), Se o mundo não fosse assim (2004, sobre motivos de Damon Runyon), O avarento ou A última festa(2007, a partir de Molière), Aos peixes (2008, a partir de Herman Melville). Traduziu Samuel Beckett, Duncan McLean, Jon Fosse, Harold Pinter, Heiner Müller, Rainer Werner Fassbinder e Franz Kafka. Traduzida em várias línguas, a sua obra foi distinguida com vários prémios, entre os quais o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva (em 2006, com a peça A minha mulher).

Intérpretes Sylvie Rocha, Rita Brütt, António Simão, Pedro Lacerda
Cenografia e Figurinos Rita Lopes Alves
Luz Pedro Domingos
Assistência de encenação João Miguel Rodrigues

26 NOVEMBRO a 13 DEZEMBRO, 2009 | SALA EXPERIMENTAL | M/12

mostrar mais
Back to top button